Amor urgente

Passo pela banca de jornal e uma manchete bizarra salta aos meus olhos (outro dia falo sobre ela). Não resisto e compro o jornal de R$0,50 para rir um pouco com os trocadilhos infâmes da "matéria". No meio do jornal, outra coisa me chama atenção: Pai McGayver (nome obviamente alterado para evitar novos processos).
Pai McGayver é um pai de santo e sua propaganda afirma: "não gosto de mentiras, muito menos pilantragem (...) meu trabalho é sério (...) só faço o trabalho se realmente tiver jeito". Desconsidere Preste atenção no "se realmente tiver jeito" porque a anúncio segue: "Pai McGayver afirma e dá garantia: trago a pessoa de qualquer parte do mundo em 5 horas".
Rá! Se você é um dos picaretas que prometiam trazer a pessoa "amada" em 7, 5 ou 3 dias, só uma coisa a dizer: Perdeu, playboy! Pai McGayver é muito mais eficiente! Aliás, ele conta com outros dispositivos para "amarração", contando com uma linha de produtos que inclui baby dolls, calcinhas e cuecas consagradas, bombons e líquidos (líquidos???). "Tudo para manter quem você ama debaixo dos seus pés".
Antigamente a promessa era trazer o seu amor de volta em 7 dias, depois baixou para 5 dias, caiu para 3 e agora, finalmente, são apenas 5 horas. É o avanço da tecnologia: há alguns séculos a pessoa era trazida pelo caixeiro viajante (levava 7 dias para chegar), depois passou a vir pelo correio (5 dias), daí inventaram o Sedex (no máximo 3 dias) e agora que estamos na era da Internet, a pessoa "amada" volta em 5 horas, que é o tempo necessário para fazer o download de um pacote dessa importância.
Muita gente paga por esses serviços, então se você tem espírito empreendedor não perca tempo, invista com tudo no Macumba On-line. É o empreendimento do futuro. A Anatel já anunciou que a partir de 2010 a velocidade da Internet em todo o território nacional será equevalente à de países de primeiro mundo. Dessa forma a pessoa amada voltará em apenas 5 minutos. (Pra onde vai o charme da conquista? Não sei.)
Independente de eu não acreditar que essas coisas funcionem, tenho um certo medo dessa gente que de tão carente, se fosse possível, seria capaz de "escravizar" alguém só pra não ficar sem companhia. Pra mim isso é doença e se você, querido estranho, pagaria, está pagando ou já pagou por isso, desculpe minha sinceridade, mas acho mesmo que você deveria usar esse dinheiro pra pagar um psiquiatra. Infelizmente não daria pra você comprar amor próprio também, já que este não consta nas prateleiras.

Quanto a mim, continuo querendo a sorte de amores tranquilos.


Ouvindo: BB Brunes - Dis moi

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