Se o amor é uma merda, ainda bem que existem as músicas de fossa


Todo mundo já teve seus dias de fossa. Nesses dias, andamos de mãos dadas com o brega e qualquer música de novela do Manoel Carlos faz a gente chorar. Se esse não é o seu caso, é o meu. Tem gente que procura logo algum jeito de sair da fossa. Eu não. Da mesma forma que se entra na fossa, se sai dela naturalmente. É algo que todo mundo tem que passar na vida, uma espécie de ritual. E para passar os meus dias de fossa, nada melhor que uma musiquinha, já que o ditado popular diz que quem canta seus males espanta. Curto minha fossinha com músicas apropriadas para entrar no clima e que no fundo acabam ajudando a sair dela também.
Então, aí está a lista que não é esperada por ninguém mas mesmo assim eu quis postar: minhas atuais 10 músicas preferidas para momentos de fossa (não necessariamente nessa ordem). Aperte o play se desejar cair na fossa comigo (não que eu acredite que alguém vá ouvir as dez).

Cat Power - She's got you


Amy Winehouse - Love is a losing game

Bat Fort Lashes - What's a girl to do

Gal Costa - Nuvem negra

Cássia Eller - Por enquanto

The Smiths - Please, please, please let me get what I want

Fernanda Takai - Você já me esqueceu

Los Hermanos - Sentimental

Mademoiselle K - Jalouse

Ximena Sariñana - Mediocre


8 Vozes do além:

Aqui você fala sobre o que bem entender, mas eu vou achar mais legal se você falar sobre o assunto do post. E se você vier só pra fazer propaganda, mando um monstro puxar seu pé de madrugada!

A fábrica das próximas gerações


Já faz um tempo, numa madrugada da vida, liguei a TV e o Otto estava sendo "entrevistado" pelo Jô Soares. Otto é um cara meio doidão mas é inteligentíssimo, gosto das músicas dele, dessa coisa meio agreste indie e acho suas entrevistas sempre muito interessantes. Tinha tudo pra dormir feliz após assistir, só que o Programa do Jô não é exatamente um programa de entrevistas... é um programa de conversas. E o Jô Soares é meio metidão. Pausa. Deixe que eu explique porque penso isso.
Sabe o tipo de pessoa que gosta de exibir seus conhecimentos? O Jô me parece ser exatamente assim. Pelo menos, desde criança, tenho a certeza impressão de que ele gosta de mostrar ao convidado o quanto ele domina determinado assunto e isso, muitas às vezes, faz o que poderia ser uma entrevista monumental se tornar um desperdício de tempo e espaço na mídia. Não duvido que ele seja uma das pessoas mais inteligentes da TV brasileira, mas imagina que você é convidado pra divulgar um livro que está lançando e o cara que te entrevista, invés de demonstrar interesse pelo seu ponto de vista sobre o assunto abordado no livro, começa um monólogo expondo o quanto sabe sobre o que o Conde Dietrich pensava das queimadas nos Alpes Suíços e sua relação com a extinção dos unos e quando termina de falar te sobram 2 minutos (tempo suficiente apenas para repetir o nome do livro, a editora e afins) e acabou. Claro que de qualquer forma você ganha uma divulgação monstro pro seu trabalho, porque aparece na Globo, num programa da categoria dos formadores de opinião, mas mesmo assim não me parece muito legal. Mas, isso não interessa tanto, voltemos ao Otto.
Na conversa, ele questionava sobre a educação que um policial corrupto dá aos seus filhos, mas o Jô não estava muito interessado em falar sobre isso, queria que ele falasse sobre a Alessandra Negrini. Me lembrei dessa entrevista na semana passada. Tava no ônibus, indo pro trabalho, acabei ouvindo a conversa de dois meninos que estavam na poltrona de trás:

- Ontem eu achei um celular e devolvi. Mas avisei lá: da próxima vez que eu achar, vou quebrar!
- Porque não pegou pra você?
- Meu pai vai me dar um novo. Se ele não me der, eu arranho o carro dele.

Também no mesmo ônibus, duas mulheres de aproximadamente 40 anos reclamavam dos estudantes (que por lei viajam sem pagar passagem) sentados enquanto havia pagantes em pé. Reclamação justa. Mas nos horários em que não há estudantes e o ônibus está cheio, essas mesmas pessoas não levantam para ceder seus lugares para idosos, grávidas, deficientes ou pessoas com bebês no colo. Adivinha o que elas são? Mães e pais de estudantes que não levantam. Os estudantes, muitas vezes, tomam seus pais como exemplo.
Aí se encaixa a observação feita pelo Otto. O que será das próximas gerações com atores tão ruins no papel de pais? Que tipo de valores essas pessoas tem capacidade de passar para seus filhos? As pessoas querem ter filhos mas não querem a responsabilidade de educar, acham que podem passar essa bola para a escola, para a igreja, para a televisão, para o governo... E o pior é que isso é um ciclo vicioso, acho que a tendencia é piorar porque esses filhos mal educados (no sentido literal da expressão) vão ter filhos que serão ainda piores.

Tem gente que devia ser proibida de ter filhos.


Ouvindo: Ximena Sariñana - Mediocre


4 Vozes do além:

Aqui você fala sobre o que bem entender, mas eu vou achar mais legal se você falar sobre o assunto do post. E se você vier só pra fazer propaganda, mando um monstro puxar seu pé de madrugada!