Eu não sou besta pra tirar onda de herói

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Na estréia de homem de Ferro II nos cinemas, alguém disse no Twitter que o Tony Stark tem o melhor dos poderes entre os super heróis: o poder aquisitivo. Não conheço tão a fundo o universo dos heróis dos quadrinhos, mas sei que esse é o mesmo poder do Batman, por exemplo. Curiosamente, tanto a bilheteria de Homem de Ferro quanto a do Cavaleiro das Trevas foi superior aos últimos lançamentos de X-Men e Super-Homem, que são heróis no estilo clássico, com super poderes.
Batman e o Homem de Ferro têm em comum o fato de não possuírem nenhum poder sobrenatural. A seu favor, ambos contam apenas com a mais mirabolante tecnologia que o dinheiro supostamente poderia produzir. Ambos são humanos, fogem do estereótipo do politicamente correto e ao seu modo tentam contribuir para que o mundo seja um lugar melhor.
Algo me chama atenção nisso tudo. Parece que as pessoas, mesmo que de forma inconsciente, estão buscando coisas mais paupáveis, mais próximas do real e abandonando aos poucos a crença no ‘inatingível’. Tá, eu sei que o cinto de utilidades do Batman é surreal, mas ele não é fruto de nenhuma mutação genética, simbiose, dom recebido numa revelação ou nascimento extraterrestre. Os dois são humanos biologicamente normais usando tecnologia terrestre (fictícia, claro).
Outro dia, no trabalho, alguém questionara ao ver um aluno com a camisa do cliChe, qual seria o motivo de alguns jovens mostrarem ter mais identificação com figuras como Che Guevara e Bob Marley do que com Jesus Cristo. A resposta é simples e evidente: eles foram totalmente humanos, iguais a todo mundo, não tinham nenhum coelho na cartola, pó de diamante ou amuleto mágico. Uma personagem que consegue transformar água em vinho é evidentemente muito admirada (e quantos não desejariam poder realizar esse milagre?) mas todos sabem que não é necessário ter nenhuma capacidade sobre-humana para servir de modelo pra alguém. Acho saudável a admiração e simpatia por personagens de carne e osso, no estilo gente como a gente (mesmo que idealizações romanceadas). Na minha humilde opinião, ficam bem melhor no papel de incentivadores para que a gente faça o que estiver ao nosso alcance para tentar melhorar o universo ao nosso redor com todas as limitações humanas, sem esperar que a ajuda para isso ou algum tipo de recompensa final caia do céu.


Ouvindo: Paralamas - Selvagem

3 Vozes do além:

Aqui você fala sobre o que bem entender, mas eu vou achar mais legal se você falar sobre o assunto do post. E se você vier só pra fazer propaganda, mando um monstro puxar seu pé de madrugada!