Carnaval Conspiration: samba, suor e cerveja (e aporrinhação)


O carnaval é um período peculiar, eu diria que ele é uma entidade. Gostar ou não da festa de Momo não faz diferença: caso você não vá até o carnaval, ele irá até você. E chegará no conforto do seu lar, como se fosse um cartão de crédito não solicitado que pode despertar diversas reações: você se assusta, você fica feliz achando que ali está a salvação para os seus problemas ou você se revolta. Acho improvável que alguém seja capaz de ser imparcial nessa situação, já que o carnaval possui agentes tão incisivos quanto vendedores ávidos por sua comissão.
Tudo, ou quase tudo, está liberado e que pessoa chata é você que não gosta do carnaval! É época de diversão e você que não vê a hora de ter férias só poderá se dar ao luxo de um descanso se for para um lugar beeeem ermo, porque tal qual ativistas do PETA, os foliões vão utilizar alguns métodos eficazes para que você não fique indiferente à folia. Os quatro principais aqui na minha querida e pitoresca cidadezinha do interior são:

Método Esquindolelê:

Esse método é também conhecido como O Bloco Que Passa Perto Da Sua Casa ou Atrás do Trio Elétrico Só Não Vai Quem Já Morreu.
Assim como a igreja da rua de trás não se incomoda com o barulho que ultrapassa os limites do respeito, os foliões animadérrimos também não se importam se vão invadir o seu espaço sonoro com o barulho do bloco. Mas eles não param por aí, não só de tamborins e marchinhas (e agradeça se o bloco for embalado por uma marchinha!) vive um bloco carnavalesco. Ele, um dos principais personagens do carnaval, deixa de presente "sua" rua suja e mijada. Mas não se importe com isso, você não poderá passar pela rua onde mora mesmo, porque ela estará fechada para uso exclusivo do bloco. Azar o seu se tiver algo importante para fazer no mesmo horário. Divirta-se.

Método Furacão 2000 Delivery:Você está no aconchego do seu lar, aproveitando os dias de folga, pondo a leitura em dia ou assistindo aquele filminho quando um carro tunado passa (sorte sua se apenas passar) com o som no último volume tocando um “duelo” entre Valeska Popozuda e Mr. Catra, acrescentando ao feriado toda a poesia que dias de descanso pedem. Enquanto "o mágico faz mágica e a feiticeira faz feitiço", invés de tentar tapar o ouvido das crianças, você pode aproveitar a oportuinidade e explicar a elas que quando a música diz para “botar com raiva”, não está se referindo à forma de colocar pratos e talheres na pia após o almoço, cedo ou tarde vocês terão essa conversa mesmo.

Método Um Mijódromo No Seu Portão:Nada de banheiros químicos para atender o montante da folia, o lance é o seu portão ou muro ser transformado no mijódromo oficial da rua. Ação compartilhada pela ala Manequinho do Método Esquindolelê. E como numa oferta da Polishop, você receberá de brinde o mormaço que fará o cheiro ficar ainda mais forte. Conforto: é comum chover nesse período, caso a prórpia prefeitura não lave a rua, apele pra São Pedro. E atenção: lavar sua calçada por conta própria pode atrair ativistas ecológicos radicais. Evite aborrecimentos, solte a Silvia Machete que existe dentro de você e fotografe os mijões que forem bonitos e tiverem um... e poste no NSFW do Tumblr.

Método Espuma No Cabelo:

Você não é eremita e vai sair de casa para alguma coisa. Mas não se esqueça: você está no país do carnaval. Olhe duas vezes em todas direções para se certificar de que não há um remanescente de algum bloco ou folião perdido com uma lata de spray na mão. Quem acha que o lança perfume é o vilão da folia, não sabe o que é essa espuma carnavalesca nas madeixas. E claro que você não tem a opção de ser ou não acertado pelo jato que pode partir tanto de um pedestre quanto de um veículo difusor do Método Furacão 2000 Delivery.


Não, eu não odeio o carnaval. Sou a favor da opção e respeito as manifestações populares. Só queria que participar dele, direta ou indiretamente, fosse opcional. Boa diversão ou bom descanso.


Ouvindo:
Moptop - 2046

0 Vozes do além:

Aqui você fala sobre o que bem entender, mas eu vou achar mais legal se você falar sobre o assunto do post. E se você vier só pra fazer propaganda, mando um monstro puxar seu pé de madrugada!

Sete músicas aleatórias que contam histórias interessantes


Gosto de músicas que digam algo. Nem sempre algo brilhante, é claro, porque não sou intelectualóide a esse ponto e acredito que a estupidez diversão também é necessária (Não só de informação -útil- vive o homem...). Este é um post aleatório, com músicas aleatórias. Até porque, sempre que faço listas, depois de prontas, me pego pensando "faltou essa, faltou aquela e aquela outra...", principalmente quando é algo feito na madrugada-cansada-mas-insone.

Seguem então sete músicas surgidas aleatoriamente na minha cabeça, que contam histórias (que eu acho) interessantes:

Faroeste caboclo - Provavelmente, os odiadores de Legião Urbana nem lerão este post só por ter mencionado a banda "de Brasília". Quando criança (eu e essa minha eterna nostalgia!), gostava de ouvir os discos do meu primo mais velho e essa era uma das músicas que mais gostava. Tudo porque era uma narrativa bem primária, começo meio e fim (mas se olhar mais de perto a história é bem mais complexa). Como sempre gostei de uma história, a saga de João de Santo Cristo é uma das minhas primeiras memórias musicais (o disco em questão foi lançado quando eu tinha uns três anos de idade).



Michelle, ma belle - Cresci ouvindo a lenda de que, após uma turnê dos Fab Four na França, Paul havia se apaixonado por uma francesinha milionária chamada Michelle. Como a guria não tinha dado muita bola pra ele, resolveu então fazer uma música para ela, com versinhos fofos para paixões (quase) bilígues e arrematando com um "I'll say the only words I know that you'll understand". Recentemente, os lusitanos tentaram jogar minhas crenças na vala, mas, mentira ou não, ainda assim prefiro a primeira versão da história.



She Came In Through The Bathroom Window - E se falei de beatles, como não lembrar da surreal She Came In Through The Bathroom Window? Feita após uma vivenciarem a história da fã que faz loucuras pelo seu ídolo, inclusive entrar no hotel onde ele está hospedado pela janela do banheiro. Mais uma pra série Paul arrebata(va) corações.



Vital e sua moto - Os Paralamas foram outra banda dos anos 80 que ouvi bastante (desta vez influenciada por uma fã do power trio conhecida pela alcunha de senhora minha mãe). Também gostava muito de motos (oi, Barbie!) e Vital representa(va) liberdade pra mim.



A história de Lily Braun - Uma das "histórias musicais" mais bem escritas. E nesse ramo, Chico Buarque (goste você ou não) poderia ter vários posts somente sobre suas composições.
Lily Braun, uma "dançarina da noite", se apaixona por um de seus espectadores mas logo se vê derrotada pelo conservadorismo e pela rotina. Uma das armadilhas do cupido? Fiquei com vergonha de dizer que gosto da versão da Maria Gadú.



No rancho fundo - Rá! Quer melhor contador de história que um sertanejo? Minha vó gostava muito desse música e a pequena criança pertubada aqui confundia rancho com gancho (gancho por essas bandas, pra quem não sabe, é uma espécie de lugar para pesca artesanal). Independente dessa minha pequena pertubação infantil, e deixando de lado o fato de não ser fã de música sertaneja e ignorando os estridentes falcetes da dupla Chitãozinho e Xororó, não deixa de ser uma música bonita.



Wonderful tonight - E foi depois dessa que eu quis saber a história por trás de todas as músicas. Os brutos também amam e o Clapton resolveu narrar uma noite em companhia de sua amada. Acho lindo.



4 Vozes do além:

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