5 boas músicas para o fim de uma quinta-feira de quinta

Aperte o play se quiser escutar um pouco do meu gosto musical um tanto peculiar.


Beatles - Blackbird


Os paralamas do sucesso - Lá em algum lugar


She and Him - I should have known better


The White Stripes - We're going to be friends


Bat for lashes - Bat's mouth




Pra tentar terminar esse dia bem leve.

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Aqui você fala sobre o que bem entender, mas eu vou achar mais legal se você falar sobre o assunto do post. E se você vier só pra fazer propaganda, mando um monstro puxar seu pé de madrugada!

Quando o fã-clube não é tão fã assim

Não que eu concorde totalmente, mas vale de brinks.

Entrei em contato com a obra do Caio Fernando Abreu num dia cinza. Era 2002 e eu lia o jornal enquanto tomava meu café da manhã. Lá pelo Segundo Caderno, havia uma reportagem sobre o lançamento de Cartas, uma coletânea de correspondências enviadas por Caio a amigos, parentes e outros.
A princípio, não me interessei pelas cartas (só fui ler o livro no fim de 2008), o que me chamou atenção foi outro título citado na reportagem: Morangos Mofados. Já disse aqui que me atraio por títulos (talvez o fato de eu ter grandes dificuldades de cria-los tenha algo a ver com isso) e, assim, Morangos Mofados foi meu primeiro Caio. Depois li Onde andará Dulce Veiga e Os dragões não conhecem o paraíso (taí o título me atraindo de novo).
Mas o Caio tem um porém. Costumo usar uma frase sobre Jesus que talvez se aplique também ao escritor gaúcho (e o mesmo serve para Cecília Meireles): por mais que ele tenha sido um cara legal, existe algum problema com o seu fã-clube. O que é essa gente toda que cita Caio e Cecília? Às vezes fico pensando no que eles, de personalidade forte (sensivelmente fortes) e crítica, pensariam se pudessem ver esse mar de citações envolvendo seus nomes. E olha, eu sou uma dessas criaturas detestáveis que tem frase do Caio na assinatura do e-mail (!)... Mas, percebi que estou desenvolvendo uma certa intolerância antipatia com o pessoal que é fã por causa de citações. Mais ainda quando colocam alguma frase de uma personagem como se fosse a opinião do autor (sem querer entrar na quizomba de até que ponto o autor coloca suas próprias ideias nas falas das personagens).
Como costumo dizer, sou antiga. E pessoas antigas, no geral, são resmungonas. E na condição de resmungona, me pergunto: como é que alguém vira “fã” de determinado autor sem conhecer sua obra, apenas algumas citações? Dessa forma vejo cristãos fervorosos citando e declarando admiração a odiadores do cristianismo, homofóbicos citam autores gays, ativistas citam pensadores contrários aos seus ideais. Sem querer fazer o papel de radical, mas já fazendo, na minha cabeça a citação traz consigo uma dose de admiração. É claro que dá pra se admirar muita gente por uma única coisa, mas, mas, mas... Quem sabe se conhecendo de fato a obra dessa pessoa a admiração não ganhe mais valor, sei lá, uma referência mais verdadeira?
Talvez todos façamos isso em algum momento, pegamos a parte que nos interessa, que encaixa direitinho na lacuna da solução do problema e não damos muita importância ao resto. Ou talvez seja medo de se decepcionar. Sabe quando você escuta uma música, acha perfeita, procura as outras da banda e vê que aquela é a única que presta? Rola uma decepçãozinha, você esperava mais.
Mas quem sou eu pra julgar, se eu mesma de vez em quando leio algo que acho fantástico e acabo usando a frase em algum momento sem necessariamente me aprofundar sobre o autor (vide barra lateral dete blog)? Eu sei, eu sei, citar alguém também é uma forma de dizer “eu queria ter dito ou escrito isso”. Mas vamos combinar o seguinte: se três ou mais frases de algum fulano despertarem sua afeição, confira se ele não tem mais a dizer além de frases soltas e retiradas do contexto. É mais legal quando você conhece o autor.


*Essa foi mais uma postagem das séries Eu tenho ciúme dos favoritos e Velha ranzinza.

Ouvindo:
Rolling Stones - Love is strong

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