Olhai as aves do céu

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Silvio Luiz, este grande filósofo do nosso tempo, fazendo uso do Twitter como meio de popularizar a divulgação científica de tratados da mais alta filosofia, deixou registrado para a posteridade as seguintes palavras (que, notadamente singelas, poderiam ser ignoradas por quem pejorativamente as classificasse como simplórias):



É muito comum na linguagem encontrarmos o uso dos passarinhos simbolizando liberdade (suspeito que isso aconteça, acompanhando a viagem da Baby, pelo antigo desejo do homem voar). Assim como tá registrado aí do lado (se não estiver mais no side bar, um dia esteve.. de qualquer forma, tudo bem, sou repetitiva e já devo ter dito isso zilhões de vezes), na minha forma de enxergar a coisa, o conceito de liberdade vem com responsabilidade embutida. Pois bem.
Silvio Luiz transpôs essa linha, rompeu (sem trocadilhos) com o clichê. Afinal, para que poetizar sobre o canto dos pássaros se podemos metaforizar sobre o fiofó deles, não é mesmo? Particularmente, gosto dessa visão, mas isso não importa muito agora, porque o que eu pretendia dizer é que as pessoas deveriam ter noção do seu... digamos, forévis (para deixar outra referência cultural - aliás, Silvio Luiz, Baby-mãe-da-Sara-Sheeva-Consuelo e Mussum... vai vendo). Isso quer dizer que não pretendo comer pedras, espinhos, lâminas e outras coisas que podem causar problemas mais tarde, já que tenho noção do meu backstage.
Claro. Nem sempre podemos escolher os cardápios da vida, muitas vezes temos que engolir sapos e lagartos. Porém, nas vezes em que nos é permitido escolher o que comeremos, por que comer pedra? Você, na condição de pássaro livre, sabe o fiofó que tem e cuidar dele é de sua própria responsabilidade. Partindo desse ponto, tenho profunda dificuldade de entender a lógica de pessoas que reclamam diante da consequência de algo que fizeram voluntariamente. Há quem diga que isso acontece porque pássaros criados em gaiolas não sabem voar quando se veem livres. Não sei. Não sei mesmo, mas queria entender.
Talvez eu nunca tenha a resposta, bata sempre na trave.

- No paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau!



Ouvindo: The Cure - Lovesong

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Pequenas palavras ao léu

19:24 0 Comments

Alguns anos atrás, um moço me dizia que se a gente mostrasse uma semente para alguém que não entendesse a origem das plantas, esse alguém jamais acreditaria que aquele grão tão pequeno poderia se tornar uma árvore grandiosa. A pessoa apontaria para uma amendoeira, por exemplo, e indagaria sobre como seria possível algo tão grande caber dentro de uma sementinha, provavelmente achando irracional. O rapaz em questão tentava explicar algum dogma religioso, que não me recordo devido a relevância que dou ao assunto. Porém me lembro do cara e da metáfora porque enxergo alguma nuance poética nisso tudo.
Eu não sei das coisas, aliás eu não sei de nada, mas devaneio (muito) que sejamos como as sementes nas fases da nossa vida. E passamos por todo o processo de desenvolvimento e crescimento até que produzimos nossas flores e/ou frutos, daí iniciamos o momento em que nossas folhas caem e servem de alimento para o solo de outras sementes.
A vida deve ser isso (acho), vários ciclos contínuos de geração, nascimento, produção e morte dentro de um só. E passamos várias vezes pelas mesmas etapas, somos podados inúmeras vezes, recebemos tanto cuidados como xixi de cachorro (já que não temos controle de tudo).


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