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Arnaldo Jabor, o astrólogo


Tava lá na minha caixa de entrada: os signos e a TV. Eu sempre abro esse tipo de e-mail porque sou chegada numa bobagem. Comecei a ler, até achei engraçado em algumas partes, mesmo sem acreditar muito nessa história de horóscopo. Aí veio o gran finale: "por Arnaldo Jabor". Matou!
Sim, o Jabor pode ter escrito um texto bobo sobre signos zodiacais, mas não era aquele. Principalmente porque sendo ele um cineasta, jamais escreveria cineastra (que deve ter algo a ver com documentaristas de vanguarda que filmam dentro do carro), além de outros errinhos menores e da estilística inconfundível.
Existem duas correntes principais nesse gênero. Tem os que desconhecem o autor e dizem que é de qualquer um e tem os escritores frustados que usam o nome de alguém para promover os próprios textos. Parece babaca. E é. Seria como eu assinar como Martha Medeiros. As pessoas acreditam em qualquer coisa que lêem mesmo.


Ah, claro. Se você acredita, se você acha legal ou se por algum outro motivo quiser apreciar o conteúdo do e-mail (que obviamente não é de autoria do Jabor):

Os signos e a TV

Áries: Vibra quando sai porrada no teste de DNA do Ratinho. Na verdade, ele mesmo já pensou em resolver o problema tem com um vizinho no Programa do Ratinho ou programa da Márcia Goldsmith

Touro
: Assite o programa do Amaury Jr., do Álvaro Garneiro e outros de gente esnobe.

Gêmeos
: Metido a besta que é, o geminiano assite filmes de um renomado cineasta francês só pra depois puxar assunto com você, porque ele sempre tem que falar alguma coisa.

Câncer
: O canceriano grava seus programas preferidos para assistir mais tarde com a família, mesmo sabendo que serão reprisados daqui a pouco.

Leão
: É doido para participar de um reality show, qualquer um. E nem precisa ganhar, ele só quer aparecer. É aquele cara que vai ao estádio com um cartaz escrito 'filma eu, Galvão'.

Virgem
: Como forma inconsciente de tentar se livrar das piadinhas que ouviu a vida inteira por conta do signo, o virginiano é chagado na programação pervertida. Assinante do Sex Hot e outros canais pornô.

Libra
: Libriano que é libriano repara no cenário dos programas, nos objetos de cena das novelas, liga pra Globo para saber o nome do esmalte da Patrícia Poeta e do cabeleireiro da Carolina Dieckmann.

Escorpião
: Participa dos programas de casa, mandando e-mails e fica com ciúme quando os apresentadores mandam beijos para outros telespectadores.

Sagitário
: Sabe o programador de filmes da Sessão da Tarde? O sagitariano também não acha exagero reprisar A Lagoa Azul pela milionésima vez.

Capricórnio
: Se inscreveu em O Aprendiz, mas foi eliminado do programa porque quis ocupar o cargo do Roberto Justos. Fez cópias em DVD e saiu vendendo o programa por aí.

Aquário
: Assiste canais de venda para saber qual é o mais moderno computador touch do mercado.

Peixes
: Ainda não sabe se assiste à reprise do Chaves ou o Jornal Nacional. Espero que até o horário do Programa do ele já tenha decidido.

Porrada! Porrada! Porrada!


De acordo com o dicionário, porrada signica "pancadaria; pancada com cacete; porretada; grande quantidade". No uso popular, a palavra porrada geralmente é relacionada a nada mais nada menos que à relação bater/apanhar.
Há uns domingos, a Revista da TV, que vem encartada no jornal O Globo, estapou a capa acima, com destaque para a palavrinha inocente. Foi o bastante para que nas duas edições seguintes a seção de cartas dos leitores (ou seção de e-mails, se preferir) fosse tomada por protestos de leitores revoltados com a reportagem sobre o crescimento dos programas de esporte de contato na televisão e mais revoltados ainda com a a legenda na foto da capa.
Havia o grupo 1, os que eram contra que alguém desse tamanho destaque a uma matéria sobre esse tipo de esporte, que defendiam que UFC não passa de "agressão absurda" entre pessoas que nem merecem ser chamadas de pessoas. Particularmente, acho que o Premier Combate que mierda! eu fazendo propaganda gratuita! é um dos raros canais do sistema pay-per-view (ou paper view, como escrevem por aí) pelo qual eu pagaria (se eu fosse fã de tv). Isso também porque eu não pagaria um centavo por canais de futebol ou de realities onde siliconadas passam o dia na piscina e, sinceramente, me incomoda bem mais o espaço que se dá em todas as mídias às novelas, realities do tipo BBB e programaas de fofoca. Mas, como eu estou longe de ser um padrão, as pessoas normais não reclamam do espaço dedicado a certos tipos de programas que pra mim são detestáveis.
Havia também, e era a maioria, o grupo das pessoas que estavam indiguinadas com o uso da palavra "porrada". Nos comentários dos exaltados portavozes da moral e dos bons costumes algo me chamou atenção. Todos estes tomaram a capa como uma terrível afronta. Ora, mas é claro que uma revista de família não pode estampar "porrada" na capa porque senhores e senhoras da reguladora e moralista sociedade cristã acham feio, um palavrão dos mais baixos. E essas mesmas pessoas, tão moralmente esculpidas não viram "porrada" no sentido de pancadaria, como a capa da revista deixa bem claro e sem margem para segundas interpretações. Por causa dos meus dois leitores inocentes, puros, pudicos e angelicais, eu nem vou me dar o trabalho de explicar o sentido ejaculatório da expressão, mas foi por ter visto a coisa nesse sentido mais, vamos dizer, safado que choveu gente reclamando.
O irônico é que essas pessoas saíram metendo o pau, descendo a porrada (as duas expressões no sentido de pancadaria, crianças) no jornal, ofendendo os jornalistas e criticando quem gosta desse tipo de esporte. Tiveram uma atitude muito mais baixa do que muita putaria por aí.
E o pior de tudo isso é que a sociedade inteira está assim. Já reparou no quanto as pessoas estão cada vez mais intolerantes com quem não concorda com elas? Parece que as pessoas acham que só porque alguém gosta de azul, isso o obrigue a ser inimigo de quem gosta de vermelho e vice-versa, como se os dois não pudessem ocupar o mesmo espaço sem se agredir. Tem "gente" se agredindo verbal e fisicamente (inclusive dispostos a matar e a morrer por tão pouco) porque são diferentes em algum ponto, porque torcem para times diferentes, porque tem opções sexuais diferentes, porque são de religiões diferentes, gostam de diferentes estilos musicais, são ou simpatizam com partidos políticos diferentes, ou seja, apenas por causa de pontos de vista diferentes. E isso está começando cada vez mais cedo, veja que os casos de bullying só tem aumentado nas escolas.
E isso é muito doido, porque com o advento da Internet o número de pessoas com mais acesso à informação é maior, isso significa, ou pelo menos deveria significar, um número cada vez maior de pessoas esclarecidas. Mas parece que na outra ponta tem gente cada vez mais ignorante e intolerante (e que faz questão de querer continuar assim). E é essa gente que não quer sair da ignorancia, que só liga pro seu próprio umbigo, que só quer enxergar o seu lado, que se acha dono da verdade ou, na pior das hipóteses, que segue cegamente alguém que se acha o dono da verdade, que faz um mundo cada vez pior, com mais ódio, intolerância, râncor.
Só resta tentar melhorar, sem ligar pra piora dos outros. Melhorar a si próprio numa atitude que pode até ser vista como egocentrica, mas que na verdade é muito autruísta. Porque nossas atitudes, mesmo que a gente e os outros não percebam, mudam as coisas ao nosso redor.
Tá, parei aqui. Esse post tá muito doido.

Coisas que um bombom nos ensina

Isso mesmo, um bombom. Se as grandes coisas estão nas coisas simples, vou escrever sobre isso.
O único tipo de serenata que eu gosto é o bombom. Dias desses ganhei um Serenata de Amor, longe de ser meu bombom preferido, mas bombons são sempre muito bem-vindos. Eis que quando o abro, este que é um dos bombons mais populares que eu conheço, leio algo que deveria ser do conhecimento obrigatório de todos, mas certas pessoas insistem em ignorar:
"Ciúme exagerado não tem nada a ver com amor.
Tem a ver com posse.
E se o parceiro fosse sua propriedade,
no mínimo você teria que pagar IPTU"
Não preciso dizer mais nada. E não me venham com esse lenga-lenga de que "quem ama cuida" porque quem ama não sufoca!
Prontodesabafei!
Ouvindo: AC/DC - Let me put my love

Este blogue ainda está vivo

Ontem à noite, estava eu na sala esperando por um telefonema quando resolvo ligar a TV e procurar algo que prendesse minha atenção. Fui passando de canal em canal, até que cheguei na Rede TV!, justo no exato momento em que um grande gênio dos nossos tempos, Luciana Gimenez, anunciava que possui um blog. Daí eu pensei que se até esta grã-filósofa tem um blog atualizado (e pela intelectualidade das postagens, parece que realmente é a própria quem escreve), não seria legal eu deixar o meu entregue às traças. Por isso resolvi aparecer por aqui hoje pra retirar a poeira e as teias de aranha, depois de mais de um mês sem postar nada.

Mas como atravesso um período de total improdutividade, aproxima-se o inverno e eu já estou ibernando, sobre o que eu poderia escrever? Óbvio! Falta cerca de um mês para o dia dos namorados.
Será que você tem um par passar esse dia? Não sei. Mas se estiver à procura, vê se escolhe direito, pô!


Porque tem gente idiota que namora só por carência e acaba fazendo merda suficiente pra adubar a vida inteira. Acho que as pessoas dão muito valor às datas comercio-comemorativas e espero que se você for do enorme grupo dos que passarão esse dia sozinho, não encane com isso. Não tem nada demais. É só um dia como outro qualquer...
Eu sigo achando que a função da data é aquecer o movimento dos motéis e restaurantes... Mas se você tem seu amorzinho, aproveite. Não custa nada fazer um agradinho, dar um presentinho, uma surpresinha, enfim...






Ouvindo: RHCP - Soul to squeeze

Rubinho, o brasileiro que não desiste nunca


Cheguei à conclusão de que Rubens Barrichello é o cara. Ele deveria ser melhor visto pelos brasileiros (lá fora o cara é super respeitado). Tudo bem que não podemos chamá-lo de colecionador de vitórias, mas ele tem muito mérito. Tá bom, talvez ele tenha levado muito a sério o ditado "o importante é competir". Mesmo sem chance de ganhar ele persiste porque faz pelo prazer e não pela glória. Eu admiro isso. Acho que fazer o que gosta vale mais que ganhar um troféu (ainda mais quando se ganha uma grana preta pra fazer o que gosta). Não entendo essa coisa de querer que os atletas compensem com vitórias as frustações do povo. Brasileiro (o povo, de modo geral) não faz porra nenhuma pra merecer porra nenhuma, mas quer que os esportistas ganhem tudo. Acho estranho isso. Que moral alguém (se não ficou claro, esse alguém é o povo brasileiro) que joga seu voto no lixo, alguém que não faz nada para cobrar dos políticos melhores condições de educação, saúde, qualidade de vida e acesso à cultura tem pra chamar de perdedor alguém que luta pelo seu sonho? O sonho do Rubinho é continuar correndo, sem pretenção de vitória, correr porque correr o faz feliz.
Rubinho tá lá lutando pra continuar a correr e a população que tanto o critica tá aqui, correndo da luta. Deviam tomar o cara como exemplo. Sério mesmo. Se tivessemos como exemplo alguém que não quer só vencer a qualquer custo talvez a malandragem e o tal do "jeitinho brasileiro" não seriam tão valorizados por essas bandas. E quem sabe assim, a gente não seria um povo que lutasse mais pelos seus direitos, que protestasse mais contra a corrupção política, etc., etc., etc.
Ai, ai... doces devaneios...


Ouvindo:
Beatles - Something

Vivendo e aprendendo

Eu gosto quando as pessoas me corrigem, gosto até quando me criticam (com fundamento, é claro). Não é demagogia, é porque eu acredito que outras pessoas podem realmente acrescentar algo me apresentando seu ponto de vista. Às vezes é complicado (chato) ouvir o que não se quer, às vezes é como levar um tapa, às vezes é como levar uma surra completa. Mas mesmo assim, pra mim são apenas degraus.
Minha vida é baseada na teoria do degraus. Degraus foram feitos para que a gente suba, para nos elevar. Algumas vezes tropeçamos num degrau, isso pode ser dolorido, pode até ser traumatizante, mas a gente vai para um nível mais alto (mesmo que na hora não percebamos). É assim que vejo, as adversidades nos fazem crescer. Por isso adapto aquele ditado que diz "se a vida me der um limão, faço uma limonada". Se a vida me der um limão, peço logo uma dúzia, para brindar meu crescimento com muita caipirinha!
Meto a cara sem medo de levar um tapa. Erro, como todo mortal, quebro a cara, mas aprendo. Estou aberta à criticas, sugestões e correções sempre. Nem sempre vou aceitar facilmente as criticas, sugestões e correções que recebo porque sou muito teimosa. Mas, por favor, só me corrija quando eu estiver realmente errada. Isso pode ter soado arrogante, mas não foi a intenção.


Estava pensando... se Tristão e Isolda realmente fosse uma história de amor exemplar, seria Felizão e Isolda.

Ps.: Eu não consegui pensar num título para esse post...

Ouvindo:
Roberta Sá - Belo estranho dia de amanhã

Não me mande flores

Isso provavelmente vai soar muito anti-romântico. Não gosto de receber flores. Apesar de ter colocado no título do post o nome de uma música do De Falla (Não me mande flores), concordo mais com a dos Titãs, "as flores de plástico, não morrem". Porque, de certa forma, é assim que vejo essa história de receber flores: como algo que está morto (porque se a coitadada da flor foi cortada da planta, ela está morta) e vai murchar pode ser símbolo de romantismo? A analogia não me agrada muito. Por mais belas que sejam as naturais, ainda prefiro aquelas flores de chocolate (até porque dá pra fazer uma analogia mais interessante).
Mas se for para receber flores, também não gosto de rosas vermelhas. Pra falar a verdade, não gosto da cor vermelha de modo geral. Então tenho uma preferência pelas rosas amarelas, acho mais bonitas e tem também o fator todo-mundo-recebe-as-vermelhas-eu-não-quero-ser-igual-qualquer-uma. Mas hoje o blog Curiosidades do Planeta jogou água no meu chopp. Lá na barra lateral dele (do blog) tinha o significado das flores e eis que descubro que a bendita rosa amarela representa infidelidade. Tasqueoparíu! Logo ela? Porque não a camélia ou a ipoméia ou, ainda, um copo-de-leite?! A rosa amarela é tão bonitinha, tão doce, tão delicada... tem flores mais safadas por aí!
É... é melhor eu continuar preferindo as flores de chocolate. Aí pode ser rosa, orquídea, cravo (cravo tem mais pétalas, conseqüentemente mais chocolate) ou qualquer outra. Chocolate sim deveria ser símbolo de romantismo! Chocolate é energético, alguns tem propriedades antioxidantes, tem vitaminas, combate o mau colesterol e libera endorfina (substância responsável pela sensação de felicidade e prazer), só me remete à coisas boas. Como tudo na vida, o chocolate em excesso traz lá seus malefícios... Vocês devem ter entendido a metáfora. Realmente acho que o chocolate tem muito mais a ver com o amor que as flores. Flores são mais bonitas enquanto fazem parte da planta.

Ouvindo:
The Last Shadow Puppets - Stand next to me
Pearl Jam - Crazy Mary


Fragmentos encontrados de versos perdidos

Marina estava certa,
“os momentos felizes
não estão escondidos
nem no passado,
nem no futuro”
A felicidade é presente

Meias verdades só são ditas
quando se acredita em mentiras inteiras


Ouvindo:
Orquestra Imperial – Me deixa em paz
BB Brunes – La chanson cachée
Cascadura – 12 de outubro
Moptop – Paris

Pedaços perdidos de poemas inacabados

Acordo, te vejo
Seus braços
Seus olhos
Seu sorriso
Você está do meu lado
Acordo feliz

--
Me abraça e me morde
morde, ranca pedaço
morde, leva um pouco de mim contigo

Me leve
e deixe um pouco de si
Não espere que eu mude
não mude
Emudeçamos agora.

--
Me enganei e me escondi
Me perdi...

--
Eu passo horas tentando desvendar
seus truques mágicos
querendo saber
como você
consegue me encantar tanto

--
parte a sorte em duas partes
pegue uma e vá embora
deixe a outra parte da sua sorte para trás
caminhe com suas próprias pernas

buscando dessafios
ponha a mochila nas costas
e pé na estrada

Eu e meus vinte e poucos anos

No alto dos meus 24 anos, não minto a idade. Sim, nasci em fevereiro de 1984 e não tenho nenhum motivo para dizer que nasci em 85, 86... Estive passeando pelo Orkut de algumas amigas, colegas e conhecidas e, não raramente, percebi que a idade é um problema para algumas delas. Até aí tudo bem, acho que uns 90% das mulheres têm problemas em revelar sua própria idade. Mas tem gente que nasceu no mesmo ano que eu e consta 22 anos de idade, tem gente que tinha 21 quando eu tinha 21 e continua com 21, tem gente que fez 24 outro dia mas continua 23, as que têm 26, estão com 24. O que será que houve comigo? Como foi que me tornei uma das poucas que diz a idade que tem?
Conversando sobre isso com um amigo, ele me respondeu com uma frase, que mais tarde descobri ser do Oscar Wilde: "Desconfiem da mulher que confessa a sua verdadeira idade. Uma mulher que diz isto, poderá dizer qualquer coisa." Sinceramente, com meu cérebro de melão, não entendi direito qual foi a dele com esse "desconfie"... Mas, deixando isso pra lá, qual o mal em ser sincera? Já disse que as pessoas sentem medo da sinceridade. Mas, sinceramente não entendo porque mulheres bonitas, inteligentes e que se dizem "bem resolvidas" mentem a idade. Porra, elas ainda são jovens! Seria medo do Renew?
Eu adoraria ter 21, mas tenho 24. Não adianta eu colocar no Orkut, no Myspace nem em algum outro lugar que tenho 21 porque isso não vai parar o tempo, nem alterar meu RG. Fico feliz da vida quando alguém me dá 22, mas não é por isso que vou sair por aí dizendo que tenho 22. Acho que fica até feio.
Lembro que quando fiz 20 anos fiquei temporariamente neurótica, escrevi uma crônica (quanta presunção chamar aquilo de crônica!) chamada As rugas dos vinte anos e recebi de volta uma série de elogios, além de uma página de revista (sim, ele recortou a revista e me deu a página - hahaha - achei singelo)que continha uma crônica chamada Ah, as mulheres de vinte!. Encheu minha bola, nunca mais reclamei dos meus vinte e poucos anos.
Se, sei lá por qual motivo, tem vergonha de dizer a verdadeira idade, ¿Por qué no te callas? Quando alguém me pergunta quantos anos tenho e , pelo mesmo motivo desconhecido, me sinto um tanto constrangida para dizer, mesmo assim digo a verdade, depois de um fanfarrão "já estou chegando na idade de não responder mais a essa pergunta...". Mas, apesar disso, quando tiver trinta e alguém perguntar, não vou dizer que tenho 28. Se o número incomodar, acho mais glam não responder, fazer uma piadinha, mudar de assunto, a mentir.
Oscar Wilde que me perdoe, mas acho que a frase correta deveria ser "desconfie de uma mulher que mente sua idade, se ela esconde até a idade pode esconder qualquer coisa". Será que um dia me tornarei assim? Meeeeeda! Já estou, praticamente, saíndo dos vinte e poucos para entrar nos vinte e muitos e não quero mentir pra mim mesma.

Trilha sonora:
Raimundos - Vinte e poucos anos
Engenheiros do Havaii - Números

Paul McCartney - When I'm 64

Quem são os corruptos mesmo?

É ano eleitoral. As eleições municipais estão batendo à porta. Nas ruas, em pleno sol do meio-dia, várias pessoas seguram faixas e placas de alguns candidatos em troca de R$350 semanais. Os carros de som, proibidos tempos atrás, circulam por todas as ruas da cidade com sua poluição sonora disfarçada de jingles de campanha. Alguns candidatos exibem sorrisos forçados, discursos demagógicos, outros trocam farpas entre si, invés de apresentar propostas. Pessoas simples defendem veementemente determinados canditados, agindo como não agiriam para defender o melhor amigo de uma acusação qualquer.
Olho para os eleitores. Cheguei à conclusão de que a maioria das pessoas não está nem aí pra ética. Como podem chamar um político de corrupto, se elas mesmas só estão interessadas em levar alguma vantagem com a eleição do canditado que apóiam? E quando digo "levar vantagem", não estou me referindo à coisas do tipo ter melhorias para seu bairro, benefícios na área de saúde, educação, etc. Me refiro às pessoas que votam em Fulano porque ele pode conseguir um contrato de trabalho temporário em algum órgão municipal, porque Beltrano vai conseguir uma vaga para a sobrinha na escola x, porque Cicrano pode ajudar sua empresa a prestar serviços para a prefeitura praticamente sem licitação, etc.
Não estou decepcionada com os políticos da minha cidade, mas com os eleitores e sua forma de escolher seus representantes. Aliás, representante é a palavra adequada. O cara que escolhe alguém sem caráter para o representar, só pode não ter caráter também.

Medo da verdade

Um dia cheguei a conclusão de que as pessoas não gostam da verdade. Às vezes até fingem que gostam, posam de defensores da verdade, mas não, não é sincero. Acho mesmo é que as pessoas, pelo menos a grande maioria, gostam de verdades artificiais, tem o rapaz que toma bomba e acha que está forte, a garota que faz uma progressiva e sai por aí como se nunca tivesse sido crespa, a senhora defensora da moral que finge não saber que o marido tem uma amante, o senhor que esconde dos amigos que está afundado em dívidas, o funcionário padrão que fuma um baseado escondido no banheiro.
Eu não sou a moralista, não estou condenando estas pessoas. Mas a sociedade os condenaria se se mostrassem como são. O rapaz que usa bomba, não seria tão bem aceito se fosse apenas fortinho ou se fosse magrelo mesmo, os rapazes magrelos não fazem muito sucesso quando vão à praia... por isso alguns deles acabam abandonando seu charme natural e preferem ficar fortões, para serem vistos com outros olhos.
As moças de cabelos cacheados... os cachos são tão bonitos. Mas elas não acham, preferem "ser lisas', talvez não seja tanto pela beleza do cabelo liso, mas pela praticidade. É só sair na rua, alguns nem precisam sair para encontrá-las (talvez você que me lê agora seja uma lisa, então eu digo para você: acho lindos os cachos, quisera eu ter chachinhos definidos a lá Maria Fernanda Cândido), alguns lisos se desmancham com água, outros não. Não sei porquê elas alisam, mas se fossem cacheadas ou crespas iam dizer que o cabelo delas não é "bom".
A senhora, mãe de família, que acha a vizinha imoral porque fala abertamente sobre sexo, que vai na missa todo domingo, que convida as amigas para um chazinho às quartas-feiras... o marido dela tem uma amante. Ela nem cogita a possibilidade de ter um, tampouco de largar o traste do marido, precisa manter as aparências. É infeliz, mas tem marido, e para alguns isso é o que importa: ter uma família, não importando se esta é feliz ou não.
O senhor endividado (que até poderia ser o marido da senhora citada anteriormente) contrai mais dívidas para trocar o carro por um zero. O outro carro estava ótimo, bem conservado, semi-novo, mas era um modelo do ano passado... todos os "amigos" dele trocaram de carro, ele se sentiu na obrigação de trocar também. Vai entender...
O funcionário padrão... o cara é considerado pelo patrão como um modelo para os outros funcionários. É pontual, responsável, ajuda os colegas de trabalho (dentro e fora da empresa) quando precisam de algo que esteja ao alcance dele. Mas será que pensariam tão bem dele se soubessem que quando o trabalho o estafa, ele disfarça, no fim do expediente vai ao ban
heiro escondido, depois que todos foram embora e fuma um baseado para tentar relaxar (aos moralistas: não estou fazendo apologia de nada aqui, ok?)?
Algumas pessoas só aceitam aquelas que são verdades artificiais e isso acaba fazendo com que outras passem a usar uma espécie de sinceridade sintética, seja no aspécto estético ou no intelectual.
A verdade: tão amada e tão odiada...



Recomendação de música: Radiohead - Fake plastic trees

Hoje eu vou estar inteiramente
à sua disposição
equilibrando os sentimentos
para que quando você chegar
só encontre o que é verdadeiro e bom

E eu que nem pensava mais em te querer
descobri que sem você
não sou mais nada
e que você ainda pensa em mim
da forma que eu sempre quis
(que alguém pensasse)

Mas, esqueçamos o passado
aqueles tempos já se foram
agora tudo o que está acontecendo será novo
Chega de olhar pra trás!

Nosso caminho foi traçado
por nós mesmos, aqui.

- escrito em 30/10/02

Por Deus...

Quem é Deus? Pelo que ouço as pessoas dizerem, ele é o grande responsável por tudo. Mas acho que afirmar isso não passa de uma grande irresponsabilidade de seus devotos. Por isso reproduzo aqui uma das coisas mais bonitas que já vi alguém escrever sobre Deus (escrito pela Luiza Sarmento):

"Pobre Deus! Como se já não bastasse a responsabilidade das mortes causadas por catástrofes, doenças e fome, tem também que arcar com a vida daqueles que as entregam em suas santas mãos, como num serviço de atendimento ao cliente, mesmo tendo total capacidade de conduzi-las. Além disso tem também que se responsabilizar por aqueles que fazem com suas próprias mãos injustiça divina, em Brasília, na polícia e nas favelas, sempre com a frase: "Fé em Deus".

Meu Deus! Quanto mau se faz em teu nome.

Pelo amor de Deus não pensem que tenho algo contra Ele! Pelo contrário, por lhe ter enorme consideração e apreço, prefiro tirar o Seu da reta. Se de fato fomos feitos à sua imagem e semelhança, então ele tem figura humana, e nós nos assemelhamos em, em... Em quê? Quem sabe em seu poder? O poder de conduzirmos nossas vidas sem responsabilizar ninguém. Convivendo com a dor de se saber responsável pelos próprios erros, e o orgulho de contabilizarmos nossas vitórias.

É claro criador! Pode deixar que a minha parte eu faço e vou continuar fazendo.

Se Deus é pai, acho mesmo, que ele me agradeceria por menos essa responsa, e ficaria orgulhoso em ver que sua filha cresceu e sabe caminhar com as próprias pernas, conduzindo seu caminho, sem entregá-lo na mão de ninguém.

Foi Ele mesmo quem me deu essa chance:
Só à mim que digo amém."

Eu fico pensando nessa galera... nesses que se escondem atrás de Deus: faça seu caminho, rapaz! Deus, se existir, vai se orgulhar de você por ter atitude, por fazer o bem por pura bondade e não porque te prometeram uma recompensa numa outra vida, por ser gentil e educado, por ter opinião própria, etc.
Freud disse que "A maioria das pessoas não quer realmente a liberdade, pois a liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade". Isso tem a ver com o que foi escrito acima. Deus é onde as pessoas se sentem seguras para se esconder. Os crentes (entenda que estou usando a palavra crente no seu termo mais simples, aquele que crê) costumeiramente dizem "eu vou conseguir [leia aqui o nome de alguma coisa], se deus quiser" e não "porque me dediquei". É mais fácil dar o crédito a deus, porque, afinal, se não der certo, também tem a vantagem de se eximir da culpa do fracasso, basta um "não foi a vontade divina" ou "não era a hora".

Eu, se fosse tão crente, deixaria o(s) deus(es) em paz. Isso mesmo, cuidaria eu mesma da minha vida e deixaria que ele(s) se preocupasse(m) com outras coisas mais importantes, como, por exemplo, a paz mundial (que só é preocupação das pobres misses, que nada podem fazer).

Você pode caminhar sozinho, se não se habituar demais às muletas. Não se esconda atrás da fé.

Não acredite em algo simplesmente porque ouviu.

Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito.

Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos.

Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade.

Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração.

Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.


Me disseram que é um ensinamento budista, não sei se é mesmo. Achei legal colocar aqui.

Panis et circus

O que o povo busca na internet?


Isso explica os resultados do ENEM e a classificação no concurso público.

Coisas que o FUNK nos ensina...

Ainda sobre música, vou à lição que todos deveriam aprender! Retirada de um dos ritmos mais criticados: o funk carioca.

"Cada um no seu quadrado. Cada-um-no-seu-quadrado!!!"

A lição é: Toma conta só da tua vida!

Tá, tudo bem, o autor não deve ter pensado nesse sentido quando compôs, mas é assim que eu vejo. E agora falo pra todo mundo que vem se meter na minha vida: "cada um no seu quadrado...". É que me incomoda certas intromissões. Acho que quem toma conta da vida dos outros deve ser muito infeliz e insatizfeito com a sua própria vida. Acho que não vale a pena sentir raiva dessas pessoas, talvez sentir pena seja a única coisa que se possa fazer por gente assim.
Enfim, CADA UM NO SEU QUADRADO! E eu não suporto fofoqueiros!!!