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Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Depois de três carros incendiados ontem, os boatos (de acordo com a PM, apenas boatos) circulam com a rapidez de Bolt e a cada sirene o coração dispara, diz para e continua a bater forte porque sabe que isso não vai parar, que a ação da polícia (embora tardia, embora cheia de falhas, embora cheia de “emboras”) não pode parar.
Saí do trabalho e parecia que tinha entrado num filme. O comércio do centro da cidade quase completamente fechado, apenas alguns poucos estabelecimentos continuaram funcionando em horário normal. Das poucas pessoas que estavam nas ruas, a maioria estava com celular nas mãos, ligando para alguém ou esperando receber alguma notícia. A tensão estava lá, estampada na cara de todo mundo, e ainda está aqui (e com tantas outras pessoas). O que mais se via eram policiais. Polícia pra tudo que é canto, alguns com fuzil em punho, o que fez a tensão (essa entidade que se fez onipresente) se tornar ainda maior. Se alguém me contasse, eu não acreditaria.
Creio que os eventos de 2014 e 2016 estejam contribuindo para que o combate à criminalidade se intensifique no Estado da Guanabara, e na minha opinião esse é um dos pouquíssimos pontos positivos de sediar Copa e Olimpíadas. Mas enquanto esse combate não for pleno, enquanto não houver uma política de segurança pública que feche o cerco sem deixar espaço para que os bandidos migrem de uma área para outra, isso não terá fim. E, diga-se de passagem, estas áreas são as mesmas onde os governantes só pisam na hora de buscar votos e é justamente por isso (ausência do governo) que são usadas pelo tráfico, que decide até cor e marca das roupas dos moradores (sim, pasme!).
Concordo que as Forças Armadas não estão preparadas para entrar nessa guerra, mas a pergunta que fica é: algum dia estarão? Digo isso porque esse conflito não começou ontem, se arrasta por décadas! E durante todos esses anos as forças armadas não fazem parte dos planos políticos para lutar a guerrilha que temos aqui, quer seja na linha de tiro propriamente dita, quer seja na logística, quer seja na fiscalização de portos e fronteiras (ao meu ver, a raiz desse mal). O que vemos é o contrário: bandidos usam armamento que deveria ser exclusividade do Exército e bandidos que anexam (não por mera simpatia) a sigla PQD ao nome. Quando as Forças Armadas serão usadas para nos defender e não para nos atacar? Não estavam preparadas para nos defender ontem, não estão hoje e não estarão depois de amanhã.
Voltando à tarde de hoje, Capitão Nascimento e Jack Bauer só existem na ficção e eu não tinha entrado num filme, era real.
Estou em Cabo Frio, cidade do interior, e hoje senti medo. E não foi de barata. Agora há pouco, mais um carro foi queimado na periferia da cidade... E a vida continua como der.

Ouvindo:
Felix Mendelssohn - Seis: Canções sem palavras

Panorama animador


Mariazinha, que mora numa cidade muito longe daqui, ficou preocupada porque não sabia mais se devia temer os bandidos e ser protegida pela polícia ou se era para não saber quem é quem, já que o noticiário policial da última semana tinha siso uma seqüência da série “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”:

Policial que estava de folga foi à praia armado (no sentido literal da coisa, gente inocente), na saída reagiu a um assalto e acabou atigindo acidentalmente um aposentado que jogava baralho no calçadão.

Cabine da polícia é assaltada (ironia das ironias?). O suspeito do roubo é um ex-policial.

Soldado da Aeronáutica é preso acusado de ser assaltante.

Bandidos atingem helicóptero da polícia usando armamento de uso exclusivo do Exército. Secretário de Segurança diz que o serviço de inteligencia havia previsto que isso aconteceria.

Em São Paulo, policiais militares atiram em policial civil.



Vendo que a coisa estava difícil, Mariazinha resolveu que o melhor a fazer era rezar. Procurou a igreja mais próxima, mas logo procurou outra porque a promessa divina nesta era de magrecer cinco quilos a cada oração. Foi aí que entrou numa missa presidida por dois padres, um suspeito de pedofilia e outro acusado de atropelar um jovem após dirigir embriagado. Não se sentiu muito confortável e acabou parando numa igreja que prometia a solução para todos os problemas, inclusive o do violência urbana, bastava apenas que ela aceitasse Jesus, se tornasse uma dizimista fiel e desse uma contribuição voluntária para uma campanha, que poderia ser parcelada em até 10 vezes no cartão.


Achou melhor voltar pra casa e teve um certo medo no caminho quando soube que tinha pego uma van ilegal e que o cara que dirigia sequer tinha carteira de motorista. Ela não quis ir de carro porque está cada vez mais difícil encontrar um lugar pra estacionar e não foi de ônibus porque parece estar na moda atear fogo nesse tipo de transporte coletivo.


Chegando ao lar, pensou em escrever uma carta exigindo dos políticos uma medida efetiva contra a criminalidade. Desanimou ao olhar para o jornal que estava em cima da mesa e ler que seu deputado era acusado de nepotismo, sonegação de impostos, evasão de divisas, entre outros crimes.


Ligou a tv e por mais que mudasse de canal só achava programas catadores de tragédia e fofoca sobre pseudocelebridades . Mariazinha achou melhor desligar a televisão ao ver que as matérias produzidas pela repórter Kelly Key (pra que diploma, não é mesmo?), sob a orientação do diretor Alexandre Frota, eram o principal chamariz de toda a programação.


Decidiu que o melhor mesmo era criar um clima de romance e pra isso nada melhor que um vinhozinho e filme. Abriu a revista para ver qual era a melhor opção em cartaz nos cinemas, foi até seu computador com Windows pirata e fez o download ilegal do blockbuster. Aproveitou que seu marido tinha saído para trabalhar e chamou Zé Martelão, com quem trai o esposo há 3 anos.
Depois de tórridas horas de sexo com seu amante, finalmente Mariazinha dormiu o sono dos justos.



Ouvindo: Lulu Santos: Esse brilho em seu olhar

Homem ao mar? Não, Cristo ao mar!

Meus queridos, há pouco tempo uma notícia que eu acharia cômica se não fosse trágica chegou aos meus ouvidos. A Secretaria de Turismo desse meu pequeno cantinho provinciano anunciou uma bizarrice: Cristo no mar! Do que se trata? Vão gastar 400 mil (não informaram se o valor está em reais ou em euros, como aqui tudo é superfaturado não duvido nada que seja a segunda opção) para colocar uma imagem de Gezuis (não o Jesus Luz, mas o Jesus de Nazaré mesmo) no fundo do mar! Como na capital temos o Cristo Redentor, aqui teremos o Cristo Mergulhador.
A brilhante idéia é uma parceria com o governo de Gênova, na Itália, onde já existe a tal imagem há anos. Com a iniciativa, Cabo Frio não quer mostrar, através de uma metáfora, que o cristianismo já afundou e o povo ainda não percebeu pretende entrar no lucrativo rol do turismo religioso, atraindo toda a sorte de romeiros, pagadores de promessas e curiosos para o fundo do mar da cidade. Aos que tem espírito empreendedor, fica minha sugestão: inventem a vela à prova d'água, o lucro será certo.
A imagem, além de seu conteúdo supostamente turístico, também pretende prestar uma homenagem às vitimas de naufrágios e outros tipos de morte por afogamento. Às futuras vitimas fica o "conforto" de saber que sem dúvida nenhuma encontrarão Jesus ao se afogarem nos mares cabofrienses.
O interessante é que quando vi a foto da imagem italiana pela primeira vez, a impressão que tive foi que ela passa uma mensagem de "Ó Pai, por que me abandonastes? Me tire daqui!". No mito bíblico, o Cristo anda sobre as águas, acho que alguém confundiu sobre com sob.

Crsito ao mar

Yemanjá que se cuide, agora ela terá um concorrente de peso!




Aproveitando o post, também quero anunciar que saiu a edição de inverno da Revista Sunshine. Trabalho mais uma vez muito bem feito pelo Rubyers e colaboradores. Vocês podem fazer o download da revista clicando aqui, clicando na imagem que está aí em baixo ou indo no blog do Rubens Medeiros. Pra quem não conhece, a Sunshine é uma revista internética digital sobre cultura, poesia, filosofia e, agora, entretenimento (tudo muito bem ilustrado), de conteúdo totalmente colaborativo (por isso seria legal que você baixasse). Se você gostar, pode divulgar também, faria crianças, já grandes, felizes.

Sunshine


Ouvindo: Arnaldo Antunes - Socorro




Update em 16/07/2009, às 21:43

Quando nóis errra, nóis conserta. Por isso, acho que devo me corrigir no seguinte ponto:
De acordo com o que disse o perfil italiamia producao, que informou ser o idealizador do projeto, sr. Luigi Pirozzi, através de um comentário neste post, o projeto será completamente financiado pela iniciativa privada, ou seja, a prefeitura dessa minha cidadezinha querida não desenbolsará nenhum centavo, ao contrário do que eu dei a entender acima. Abre aspas para o que ele registrou aqui sobre o "Cristo do Mar de Cabo Frio":
"Será um projeto totalmente financiado pela iniciativa privada, seja do Brasil como da Itália. [...] O projeto já conta com uma proposta de patrocínio da Cressi Sub Italia [...] Oultras quatro empresas de diving da europa e grandes empresas brasileiras, a elas também estão sendo apresentada propostas, através de um projeto de captação de recursos. [...] O projeto deve ser entendido como um investimento e não uma despesa"

Esclarecimento feito.
Vou deixar expostos também os queridos parágrafos IV, V e IX do artigo 5º da Constituição:

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;



Debate sempre é saudável. Aos membros do projeto, deixo meu e-mail aberto para qualquer outro tipo de esclarecimento.

Propaganda gratuita em tempos de crise

Já há alguns dias, eu queria falar sobre Brasil e Itália. Mais precisamente sobre a posição do governo brasileiro em relação ao pedido de extradição de Cesare Battisti, italiano, militante da geração de 68, acusado de três homicídios pelo governo italiano. Eu ia até devaneiar (palavras: se não existem, invento) sobre um possível diálogo entre o prezindete Lula e o ministro Tarso Genro. Mas eis que surge outro evento envolvendo Brasil e Itália: o governo do Estado, a RioTur e a Prefeitura do Rio resolveram fazer alarde por causa de uma campanha de uma grife italiana. Tudo porque na campanha dois PM's do Rio dão uma dura fazem uma revista de forma um tanto abusiva em duas moçoilas em Ipanema (acho que não preciso explicar que tanto os policiais quanto as "vitimas" são modelos que estampam a campanha). Pra ser mais exata, a questão toda foi por causa dessa imagem:Femistas italianas também se sentiram ofendidíssimas, alegaram que a campanha denigre a imagem da mulher, chamaram a loja de machista, ameaçam boicote e tudo mais. Pessoas normaisA maioria das pessoas só achou algo de mal gosto. Mas a polêmica foi tanta, que a prefeitura de Nápolis ordenou a retirada dos Outdoors da cidade.
Então, movida pela minha curiosidade, fui no site da grife italiana Relish, vi as fotos, assisti ao making of e... não vi nada demais. Vi até de menos, já que não parlo um pio de italiano e o site deles não tem versão em inglês. Geeente, até o Geraldo Magela vê que a campanha brinca com um fetiche! Se as nossas autoridades se sentiram ofendidas com a imagem negativa que a campanha pode passar da nossa polícia ou com a forma que a polícia brasileira é vista lá fora, a população há muito tempo se sente ofendida com a forma que é tratada pela polícia, com o status de impunidade declarada que certos "homens da lei" possuem e com governantes que não fazem nada para mudar isso.
Tem gente que tem fetiche por pés, encanadores, mecânicos, por cinta-liga, por virgens, por nerd's e pelas coisas mais doidas do mundo. Da mesma forma, tem gente que tem fantasias com agressividade, com homens latinos e com policias (homem fardado é, se não o, um dos maiores fetiches femininos). Acredito que essa tenha sido a intenção do ensaio, pelo menos essa foi a minha leitura (inclusive levando em consideração o nome da marca). Isso sem falar na questão da delinqüencia, que não raro vai parar nos editoriais de moda.


Não sei os mais antenados em moda, mas eu nunquinha que ouvi falar dessa tal de Relish! Pelo que suponho, é menor que uma Osklen da vida (adequando para as proporções da minha realidade). Conseguiram uma propaganda gratuita do caralho enorme, e como as roupas da coleção estão lindas, não acredito que isso terá um efeito ruim pra eles. Meia dúzia de italianas deixarão de freqüentar as três lojas da Relish na Itália, mas várias outras passarão por lá.

Boletim: Amy não só continua viva, como agora também salva vidas! Yeah, ela é phodda!

Caso de Pulitzer? Ou de polícia?

Quando eu era criança eu quis ser muitas coisas. Não me lembro de tudo que eu queria ser, mas entre as minhas opções estavam ser arquiteta, desenhista, jogadora de futebol, jogadora de handbol, saxofonista, piloto de fórmula 1 e jornalista. Enfim, hoje eu acho que o legal mesmo é ser fiscal da natureza. Mas vale lembrar que não segui nenhuma dessas profissões, fui para a área de informática.
O fato de eu um dia ter tido a vontade de ser jornalista me faz ter uma certa simpatia pela classe, tanto é que aqui na barra lateral do blog demonstro meu apoio à causa dos jornalistas que exigem a obrigatoriedade do diploma para se exercer a profissão. Mas isso não vem ao caso agora.
Como eu vinha dizendo, quando eu era criança e queria ser jornalista e exercitava meu "potencial" de duas formas. Produção, sonoplastia e locução da "rádio" Toco Cru Pegando Fogo, gravada em fita K7 - naquele tempo não tinha mp3 e computador pessoal não era algo muito comum - em parceria com minha irmã e uma vizinha; e uma "publicação" de uma página só, que eu chamava de revista, a qual só circulava lá em casa mesmo, entre os parentes. Tal preciosidade se chamava MERD'S (pelo título já dá pra perceber o motivo de minha pretensão jornalistica ter sumido), lá eu escrevia muita merda bobagem, muita coisa inútil, muita bizarrice e inutilidades em geral. Acho que produzi a MERD'S entre 9 e 11 anos.
O que me surpreende é que tem gente que faz merd profissionalmente. Estou falando do jornaleco tablóide sensacionalista Meia Hora. Pra quem não sabe, se trata de um "jornal" popular, que fica entre a picardia, a vulgarice e a falta de ética. Certas coisas são tão bizarras que é praticamente impossível não rir, outras dão vergonha alheia. Detalhe interessante é que as matérias não são assinadas. Isso mesmo, os "jornalistas" que escrevem para o Meia Hora não querem ter seu filme queimado por trabalhar num veículo que estampa manchetes como:




Ouvindo: Meet the Flinstones (hahaha)

É cada uma!

Na semana passada foi divulgada a gravação do telefonema de um bandido que roubou um carro no Rio Grande do Sul. O fato já seria considerado normal para a realidade brasileira, mas todo mundo se surpreendeu com a atitude do ladrão, que ligou para a polícia a fim de denunciar os donos do carro por terem deixado uma criança trancada dentro do carro enquanto bebericavam num bar. Não faço apologia de nada, não mesmo, muito menos de criminosos. Mas eu realmente fiquei admirada com a atitude dele (a que ponto chegamos!).
Em compensação tem gente que paga pra receber título de idiota. Um babaca carinha subiu numa viatura da polícia, tirou uma foto e postou no Orkut achando que estava tirando onda com tamanha estupidez.


Claro que ele foi preso dias depois.


Nada mais me surpreende...



Sem trilha sonora


Coisas estranhas do dia

Eis que abro meu web mail e me deparo com a manchete: "Menino morde pitbull". Pois, é. Um menino, em Minas Gerais, foi atacado por um cão da raça pitbull e simplesmente resolveu estrangular e morder o cachorro, para se defender.
Chuck Norris que se cuide, parece que seu mito caminha para ser desbancado por um mineirinho!

Mais um (adicionado 24/07 1:17 am)

Mais tarde encontro uma superpromoção no site Americanas.com: havaianas tamanho infantil por apenas 7.992,00 ou parceladas, sem juros, em 12x de R$ 666,00! Claro que por esse preço o frete tinha que ser grátis...