Tô pensando em ir morar em outro planeta...

Às vezes tenho a impressão de que todo mundo está se vendendo. Vender nada mais é que ceder certa coisa por um determinado preço. É isso o que vejo: ninguém, e as exceções são raríssimas mesmo, faz nada de graça. E não estou falando de dinheiro, estou me referindo a sempre querer receber algo em troca, sempre querer ser beneficiado de algum modo, sempre querer levar alguma vantagem. Parece que ninguém mais sorri por ser simpático, ajuda por gentileza, tem que ter algo em troca. Talvez essa barganha faça parte da natureza do ser humano. Mas acho que em determinadas situações as pessoas nem percebem que estão agindo assim, já está no automático. E auto lá! Não confunda com reciprocidade, porque estou falando de agir de determinada forma só para ter algum benefício (imediato ou não) e não de agir da forma x porque a(s) outra(s) pessoa(s) agiu(ram) da forma x com você. Suponho que isso seja saudável até um certo ponto, mas essa história de querer levar vantagem em tudo é muito egocentrismo pro meu gosto! Estamos involuindo dentro da evolução...
Quer dizer, na verdade as pessoas estão fazendo algo de graça: odiando (diga-se de passagem, sem motivo justificável só de babaquice). Se auto-iludem (com hífen mesmo, sr. Acordo). Banalizaram o amor... Reparou que banalizaram o ódio também? Pra todo lado tem um "eu odeio". Ódio é um sentimento muito forte, muito intenso, não é para se aplicar a qualquer coisa sem motivo ou razão. Tem coisas que você não odeia. Até acha que odeia, mas apenas não gosta. Mas o ódio também já caiu na banalidade... talvez nem importe. Ou talvez importe muito! Porque, veja bem, se o amor e o ódio foram banalizados, significa que os sentimentos estão banalizados.
Então, eu ia dizer aqui que ainda vale a pena ser legal de graça, mas acho, sinceramente, que na sociedade em que vivemos, muitos achariam demagógico e desimportante.
Merda. Game over!




Ouvindo:
Malajube - Hérésie

Rubinho, o brasileiro que não desiste nunca


Cheguei à conclusão de que Rubens Barrichello é o cara. Ele deveria ser melhor visto pelos brasileiros (lá fora o cara é super respeitado). Tudo bem que não podemos chamá-lo de colecionador de vitórias, mas ele tem muito mérito. Tá bom, talvez ele tenha levado muito a sério o ditado "o importante é competir". Mesmo sem chance de ganhar ele persiste porque faz pelo prazer e não pela glória. Eu admiro isso. Acho que fazer o que gosta vale mais que ganhar um troféu (ainda mais quando se ganha uma grana preta pra fazer o que gosta). Não entendo essa coisa de querer que os atletas compensem com vitórias as frustações do povo. Brasileiro (o povo, de modo geral) não faz porra nenhuma pra merecer porra nenhuma, mas quer que os esportistas ganhem tudo. Acho estranho isso. Que moral alguém (se não ficou claro, esse alguém é o povo brasileiro) que joga seu voto no lixo, alguém que não faz nada para cobrar dos políticos melhores condições de educação, saúde, qualidade de vida e acesso à cultura tem pra chamar de perdedor alguém que luta pelo seu sonho? O sonho do Rubinho é continuar correndo, sem pretenção de vitória, correr porque correr o faz feliz.
Rubinho tá lá lutando pra continuar a correr e a população que tanto o critica tá aqui, correndo da luta. Deviam tomar o cara como exemplo. Sério mesmo. Se tivessemos como exemplo alguém que não quer só vencer a qualquer custo talvez a malandragem e o tal do "jeitinho brasileiro" não seriam tão valorizados por essas bandas. E quem sabe assim, a gente não seria um povo que lutasse mais pelos seus direitos, que protestasse mais contra a corrupção política, etc., etc., etc.
Ai, ai... doces devaneios...


Ouvindo:
Beatles - Something

Vivendo e aprendendo

Eu gosto quando as pessoas me corrigem, gosto até quando me criticam (com fundamento, é claro). Não é demagogia, é porque eu acredito que outras pessoas podem realmente acrescentar algo me apresentando seu ponto de vista. Às vezes é complicado (chato) ouvir o que não se quer, às vezes é como levar um tapa, às vezes é como levar uma surra completa. Mas mesmo assim, pra mim são apenas degraus.
Minha vida é baseada na teoria do degraus. Degraus foram feitos para que a gente suba, para nos elevar. Algumas vezes tropeçamos num degrau, isso pode ser dolorido, pode até ser traumatizante, mas a gente vai para um nível mais alto (mesmo que na hora não percebamos). É assim que vejo, as adversidades nos fazem crescer. Por isso adapto aquele ditado que diz "se a vida me der um limão, faço uma limonada". Se a vida me der um limão, peço logo uma dúzia, para brindar meu crescimento com muita caipirinha!
Meto a cara sem medo de levar um tapa. Erro, como todo mortal, quebro a cara, mas aprendo. Estou aberta à criticas, sugestões e correções sempre. Nem sempre vou aceitar facilmente as criticas, sugestões e correções que recebo porque sou muito teimosa. Mas, por favor, só me corrija quando eu estiver realmente errada. Isso pode ter soado arrogante, mas não foi a intenção.


Estava pensando... se Tristão e Isolda realmente fosse uma história de amor exemplar, seria Felizão e Isolda.

Ps.: Eu não consegui pensar num título para esse post...

Ouvindo:
Roberta Sá - Belo estranho dia de amanhã

Deus lhe pague!

O Kid Abelha tem uma música chamada Deus (apareça na televisão). Numa das minhas madrugadas insones, passei por alguns canais religiosos. Todos pediam doações em algum momento.
Um deles pedia para que os fiéis-telespectadores-sócios-da-obra enviassem seu ouro (sem conotação, estavam falando de ouro mesmo), usando argumentação barata para tentar convencer os, às vezes ingênuos, telespectadores a doar jóias de família. Um outro oferecia tantas formas de pagamento doação que mais parecia uma intimação: depósito bancário, boleto, débito automático, cartão de crédito, cartão de débito e acréscimo na conta de luz ou telefone (o cara escolhe uma determinada quantia, esse valor vem acrescido na conta e a companhia repassa o valor para o banco a igreja.
Foi aí que o refrão da música do Kid Abelha passou a ter outro significado pra mim: deus, por favor, apareça na televisão (porque os que dizem falar em seu nome, vão acabar queimando o teu filme).



Ouvindo:
Lulu Santos - Melô do amor
Cássia Eller e Hebert Viana - Mr. Scarecrow
Marisa Monte - O bonde do Dom

Não me mande flores

Isso provavelmente vai soar muito anti-romântico. Não gosto de receber flores. Apesar de ter colocado no título do post o nome de uma música do De Falla (Não me mande flores), concordo mais com a dos Titãs, "as flores de plástico, não morrem". Porque, de certa forma, é assim que vejo essa história de receber flores: como algo que está morto (porque se a coitadada da flor foi cortada da planta, ela está morta) e vai murchar pode ser símbolo de romantismo? A analogia não me agrada muito. Por mais belas que sejam as naturais, ainda prefiro aquelas flores de chocolate (até porque dá pra fazer uma analogia mais interessante).
Mas se for para receber flores, também não gosto de rosas vermelhas. Pra falar a verdade, não gosto da cor vermelha de modo geral. Então tenho uma preferência pelas rosas amarelas, acho mais bonitas e tem também o fator todo-mundo-recebe-as-vermelhas-eu-não-quero-ser-igual-qualquer-uma. Mas hoje o blog Curiosidades do Planeta jogou água no meu chopp. Lá na barra lateral dele (do blog) tinha o significado das flores e eis que descubro que a bendita rosa amarela representa infidelidade. Tasqueoparíu! Logo ela? Porque não a camélia ou a ipoméia ou, ainda, um copo-de-leite?! A rosa amarela é tão bonitinha, tão doce, tão delicada... tem flores mais safadas por aí!
É... é melhor eu continuar preferindo as flores de chocolate. Aí pode ser rosa, orquídea, cravo (cravo tem mais pétalas, conseqüentemente mais chocolate) ou qualquer outra. Chocolate sim deveria ser símbolo de romantismo! Chocolate é energético, alguns tem propriedades antioxidantes, tem vitaminas, combate o mau colesterol e libera endorfina (substância responsável pela sensação de felicidade e prazer), só me remete à coisas boas. Como tudo na vida, o chocolate em excesso traz lá seus malefícios... Vocês devem ter entendido a metáfora. Realmente acho que o chocolate tem muito mais a ver com o amor que as flores. Flores são mais bonitas enquanto fazem parte da planta.

Ouvindo:
The Last Shadow Puppets - Stand next to me
Pearl Jam - Crazy Mary


Propagandinhas

No ano passado a hollywoodiana Charlize Theron (atriz que fez O advogado do Diabo, Monster, The Wonders, Homens de honra, entre outros) afirmou que chega a ficar mais de uma semana sem tomar banho. Segundo ela, a desculpa para tal porcaria descuido com a higiene é a falta de tempo para se enxaguar. Aí, eu estava assistindo tv e passou o comercial de um desodorante que promete 48 horas de proteção contra a transpiração. Sim, o grande destaque são as tais 48 horas de "proteção". Putz, 48 horas são dois dias completos!
Eu fiquei pensando no que o cara que fez o comercial queria passar enfatizando que quem usa tal produto pode ficar tranqüilo quanto aos odores da transpiração por dois dias. Veja bem, em pleno verão brasileiro quem é que fica dois dias sem tomar banho? Senhores publicitários, favor adequar as propagandas de produtos originalmente lançados lá fora, ao público brasileiro. Ou será que o público alvo são os mais porquinhos? Não resisti, tive que associar Charlize ao desodorante (momento "Eu sou fã do Desenblogue"):
Quando ela vier ao Brasil, alguém poderia colocá-la pra assistir Castelo Rá-tim-bum (será que ainda passa?), talvez ela aprendesse algo com esse cara:



As minhas últimas postagens estão realmente fazendo jus ao nome do blog, minha mente está improdutivíssima.

Ouvindo:
Cat Power - Her war
Nina Becker - Distância

Sem título e sem texto

Dispensa que eu escreva alguma coisa:


Em caso de problema de visualização, clique na imagem para ampliar.

Ouvindo: Paula Toller - All over

IgNobel da Paz

Estava eu circulando pela rede, quando de repente uma frase me salta aos olhos: Banda Calypso é indicada ao Nobel da Paz. Surpresos? Não sei se ficaram, mas eu fiquei completamente pasma! Apesar de a notícia estar no site do Diário do Pará, até agora não encontrei nenhuma outra fonte que confirme a indicação.
Sim, senhores, eles foram supostamente indicados a receber um dos títulos mais importantes do mundo! Mas o que me chama atenção não é só o fato de terem sido indicados (eu deveria frisar mais o supostamente...) ao Nobel, mas também a categoria da indicação: Nobel da PAZ.
Não, eu devo estar alucinando! Pelo que eu supunha, para ser indicada ao Nobel a pessoa tinha que fazer algo que contribuísse de forma grandiosa para a sociedade e eu não sabia que a banda Calypso tinha feito algum bem à sociedade era altruísta.

Nada muito grandioso, mas eu daria um prêmio a eles se fizessem um bem aos meus ouvidos.

Se a notícia for verdadeira, o que é meio difícil de acreditar, isso é o ApoCalypso!


Ouvindo: Hole - Malibu
Orquestra Imperial - Obseção

Propaganda gratuita em tempos de crise

Já há alguns dias, eu queria falar sobre Brasil e Itália. Mais precisamente sobre a posição do governo brasileiro em relação ao pedido de extradição de Cesare Battisti, italiano, militante da geração de 68, acusado de três homicídios pelo governo italiano. Eu ia até devaneiar (palavras: se não existem, invento) sobre um possível diálogo entre o prezindete Lula e o ministro Tarso Genro. Mas eis que surge outro evento envolvendo Brasil e Itália: o governo do Estado, a RioTur e a Prefeitura do Rio resolveram fazer alarde por causa de uma campanha de uma grife italiana. Tudo porque na campanha dois PM's do Rio dão uma dura fazem uma revista de forma um tanto abusiva em duas moçoilas em Ipanema (acho que não preciso explicar que tanto os policiais quanto as "vitimas" são modelos que estampam a campanha). Pra ser mais exata, a questão toda foi por causa dessa imagem:Femistas italianas também se sentiram ofendidíssimas, alegaram que a campanha denigre a imagem da mulher, chamaram a loja de machista, ameaçam boicote e tudo mais. Pessoas normaisA maioria das pessoas só achou algo de mal gosto. Mas a polêmica foi tanta, que a prefeitura de Nápolis ordenou a retirada dos Outdoors da cidade.
Então, movida pela minha curiosidade, fui no site da grife italiana Relish, vi as fotos, assisti ao making of e... não vi nada demais. Vi até de menos, já que não parlo um pio de italiano e o site deles não tem versão em inglês. Geeente, até o Geraldo Magela vê que a campanha brinca com um fetiche! Se as nossas autoridades se sentiram ofendidas com a imagem negativa que a campanha pode passar da nossa polícia ou com a forma que a polícia brasileira é vista lá fora, a população há muito tempo se sente ofendida com a forma que é tratada pela polícia, com o status de impunidade declarada que certos "homens da lei" possuem e com governantes que não fazem nada para mudar isso.
Tem gente que tem fetiche por pés, encanadores, mecânicos, por cinta-liga, por virgens, por nerd's e pelas coisas mais doidas do mundo. Da mesma forma, tem gente que tem fantasias com agressividade, com homens latinos e com policias (homem fardado é, se não o, um dos maiores fetiches femininos). Acredito que essa tenha sido a intenção do ensaio, pelo menos essa foi a minha leitura (inclusive levando em consideração o nome da marca). Isso sem falar na questão da delinqüencia, que não raro vai parar nos editoriais de moda.


Não sei os mais antenados em moda, mas eu nunquinha que ouvi falar dessa tal de Relish! Pelo que suponho, é menor que uma Osklen da vida (adequando para as proporções da minha realidade). Conseguiram uma propaganda gratuita do caralho enorme, e como as roupas da coleção estão lindas, não acredito que isso terá um efeito ruim pra eles. Meia dúzia de italianas deixarão de freqüentar as três lojas da Relish na Itália, mas várias outras passarão por lá.

Boletim: Amy não só continua viva, como agora também salva vidas! Yeah, ela é phodda!