Eu e o fone, o fone e eu

Se tem uma coisa que eu gosto muito nesse mundinho digitalizado é a portabilidade. Não a portabilidade numérica tão divulgada pelas operadoras de telefonia celular, mas o fato de que certas coisas podem ser levadas para todo lugar. Acho maravilhoso o poder de levar coisas queridas comigo para onde quer que eu vá (viva à nuvem!). Claro que aí entram algumas limitações financeiras ou não, nem todo mundo desfruta disso da mesma forma (e alguns muitos não usam da forma mais legal).
A música, por exemplo. Pode ser num MP3, MP4 (vulgo iPobre, mas honesto) ou no celular. A música se tornou portátil e multidimensionável. Vai contigo pra tudo que é canto e cabe em qualquer lugar. Confesso que não desfruto tanto quanto gostaria dessa "portabilidade musical". Isso porque se eu colocar um fone de ouvido, vou sair por aí balançando a cabeça, sacodindo os ombros, batendo o pé no chão, batendo os dedos em qualquer coisa e cantando mudo (caso você não saiba, cantar mudo é a elaborada técnica que consiste em movimentar os lábios como se estivesse cantando normalmente, mas sem emitir nenhum som). Eventualmente também faço air guittar, air drumbs, air-qualquer-instrumento (aliás, cantarolar mudo pode ser rebatizado como air vocal no futuro, para facilitar o entendimento). Resumindo: se eu sair pela rua ouvindo música, as pessoas vão ter certeza de que sou mais doida do que elas já sabiam (ou suspeitavam). E quem já tem seus 25 anos e precisa manter um emprego decente tem que ter um mínimo de preocupação com a imagem que passa. Por isso resolvi que quando estou em locais públicos, só ponho os fones em determinadas situações.
Coloco os fones quando quero ouvir o Kinks, ou qualquer outra banda de "roquezinho antigo que não tem perigo de assustar ninguém", sem ter alguém perguntando porquê gosto de música velha. Ou quando quero ouvir minha boa e velha bossa nova em paz. Ou quando sinto uma necessidade quase que   fisiológica de ouvir os cantores e bandas que só eu gosto/conheço numa boa, sem ninguém enchendo o saco.
Coloco os fones quando entro na fila do banco, do mercado ou qualquer outra fila, para evitar os catadores de assunto, para não ouvir as outras pessoas só falando de desgraça e da vida dos outros, o que em alguns casos continua sendo desgraça (o Pedro Luís estava certo: "tão vendendo ingresso pra ver nêgo morrer no osso").
Coloco os fones quando berra algum pregador anunciado a "salvação" (francamente: como eu poderia acreditar que um Jesus vai me livrar do inferno, se ele sequer se dá o trabalho de me livrar das bobagens ditas e praticadas pelo seu fã-clube?).
Coloco os fones sempre que percebo um chato se aproximando.
Coloco os fones para ler no ponto de ônibus (aliás, muita gente que pega ônibus ignora a existência de fones de ouvido).
Há muito tempo, numa aula de Filosofia sobre alienação, uma amiga disse que eu era uma "alienada da música", porque eu faço tudo com música, ouço música quase o dia inteiro, praticamente respiro música. Ela tinha razão, ponho os fones toda vez que quero me alienar, me afastar, do mundo ao meu redor.

P.s.:  Essa postagem foi agendada, se der certo o Blogger postará na quinta (21/05). 
P.p.s.: Ai, que saudade do meu computador!!!

Ouvindo: Tony Platão - Seguindo estrelas

Este blogue ainda está vivo

Ontem à noite, estava eu na sala esperando por um telefonema quando resolvo ligar a TV e procurar algo que prendesse minha atenção. Fui passando de canal em canal, até que cheguei na Rede TV!, justo no exato momento em que um grande gênio dos nossos tempos, Luciana Gimenez, anunciava que possui um blog. Daí eu pensei que se até esta grã-filósofa tem um blog atualizado (e pela intelectualidade das postagens, parece que realmente é a própria quem escreve), não seria legal eu deixar o meu entregue às traças. Por isso resolvi aparecer por aqui hoje pra retirar a poeira e as teias de aranha, depois de mais de um mês sem postar nada.

Mas como atravesso um período de total improdutividade, aproxima-se o inverno e eu já estou ibernando, sobre o que eu poderia escrever? Óbvio! Falta cerca de um mês para o dia dos namorados.
Será que você tem um par passar esse dia? Não sei. Mas se estiver à procura, vê se escolhe direito, pô!


Porque tem gente idiota que namora só por carência e acaba fazendo merda suficiente pra adubar a vida inteira. Acho que as pessoas dão muito valor às datas comercio-comemorativas e espero que se você for do enorme grupo dos que passarão esse dia sozinho, não encane com isso. Não tem nada demais. É só um dia como outro qualquer...
Eu sigo achando que a função da data é aquecer o movimento dos motéis e restaurantes... Mas se você tem seu amorzinho, aproveite. Não custa nada fazer um agradinho, dar um presentinho, uma surpresinha, enfim...






Ouvindo: RHCP - Soul to squeeze

Lá vem o sol... tchururu-ru



Depois de quase um mês longe desse universo que nos une, mais conhecido como Internet, volto para falar do lançamento do ano: a primeira edição da Revista Sunshine. Para quem não sabe, a Sunshine é um projeto, sem fins lucrativos, desenvolvido pelo talentoso e criativo Rubens Medeyros. Trata-se de uma revista digital reunindo textos de diversos blogueiros e ilustrados por ele.
Um pequeno texto meu está na revista entre os textos de gente super-talentosa. Me sinto super-mega-ultra-lisongeada por, de certa forma, fazer parte desse projeto e por esse motivo gostaria muito que meus dois fiés leitores, e os leitores ocasionais também, dessem uma olhada na revista e, se possível, a indicassem para outros leitores (pai, mãe, irmãos, amigos, vizinhos, conhecidos, desconhecidos, cachorros, papagaios e outros seres). Conto com vocês!

Opções para ler a Sunshine:

Para baixar a revista, o que é extremamente recomendado, (está no 4shared e tem apenas 13Mb), é só clicar na imagem abaixo:


Para ler on-line, é só clicar neste link que deve estar piscando na sua tela:Sunshine

Com orgulho, exibo o banner:

Sunshine


Perdoem a minha ausência. Beijos pra quem é de beijo, abraços para quem é de abraço e os dois para quem é de beijos e abraços.

Ouvindo:
Ana Cañas - Devolve, moço

Tô pensando em ir morar em outro planeta...

Às vezes tenho a impressão de que todo mundo está se vendendo. Vender nada mais é que ceder certa coisa por um determinado preço. É isso o que vejo: ninguém, e as exceções são raríssimas mesmo, faz nada de graça. E não estou falando de dinheiro, estou me referindo a sempre querer receber algo em troca, sempre querer ser beneficiado de algum modo, sempre querer levar alguma vantagem. Parece que ninguém mais sorri por ser simpático, ajuda por gentileza, tem que ter algo em troca. Talvez essa barganha faça parte da natureza do ser humano. Mas acho que em determinadas situações as pessoas nem percebem que estão agindo assim, já está no automático. E auto lá! Não confunda com reciprocidade, porque estou falando de agir de determinada forma só para ter algum benefício (imediato ou não) e não de agir da forma x porque a(s) outra(s) pessoa(s) agiu(ram) da forma x com você. Suponho que isso seja saudável até um certo ponto, mas essa história de querer levar vantagem em tudo é muito egocentrismo pro meu gosto! Estamos involuindo dentro da evolução...
Quer dizer, na verdade as pessoas estão fazendo algo de graça: odiando (diga-se de passagem, sem motivo justificável só de babaquice). Se auto-iludem (com hífen mesmo, sr. Acordo). Banalizaram o amor... Reparou que banalizaram o ódio também? Pra todo lado tem um "eu odeio". Ódio é um sentimento muito forte, muito intenso, não é para se aplicar a qualquer coisa sem motivo ou razão. Tem coisas que você não odeia. Até acha que odeia, mas apenas não gosta. Mas o ódio também já caiu na banalidade... talvez nem importe. Ou talvez importe muito! Porque, veja bem, se o amor e o ódio foram banalizados, significa que os sentimentos estão banalizados.
Então, eu ia dizer aqui que ainda vale a pena ser legal de graça, mas acho, sinceramente, que na sociedade em que vivemos, muitos achariam demagógico e desimportante.
Merda. Game over!




Ouvindo:
Malajube - Hérésie

Rubinho, o brasileiro que não desiste nunca


Cheguei à conclusão de que Rubens Barrichello é o cara. Ele deveria ser melhor visto pelos brasileiros (lá fora o cara é super respeitado). Tudo bem que não podemos chamá-lo de colecionador de vitórias, mas ele tem muito mérito. Tá bom, talvez ele tenha levado muito a sério o ditado "o importante é competir". Mesmo sem chance de ganhar ele persiste porque faz pelo prazer e não pela glória. Eu admiro isso. Acho que fazer o que gosta vale mais que ganhar um troféu (ainda mais quando se ganha uma grana preta pra fazer o que gosta). Não entendo essa coisa de querer que os atletas compensem com vitórias as frustações do povo. Brasileiro (o povo, de modo geral) não faz porra nenhuma pra merecer porra nenhuma, mas quer que os esportistas ganhem tudo. Acho estranho isso. Que moral alguém (se não ficou claro, esse alguém é o povo brasileiro) que joga seu voto no lixo, alguém que não faz nada para cobrar dos políticos melhores condições de educação, saúde, qualidade de vida e acesso à cultura tem pra chamar de perdedor alguém que luta pelo seu sonho? O sonho do Rubinho é continuar correndo, sem pretenção de vitória, correr porque correr o faz feliz.
Rubinho tá lá lutando pra continuar a correr e a população que tanto o critica tá aqui, correndo da luta. Deviam tomar o cara como exemplo. Sério mesmo. Se tivessemos como exemplo alguém que não quer só vencer a qualquer custo talvez a malandragem e o tal do "jeitinho brasileiro" não seriam tão valorizados por essas bandas. E quem sabe assim, a gente não seria um povo que lutasse mais pelos seus direitos, que protestasse mais contra a corrupção política, etc., etc., etc.
Ai, ai... doces devaneios...


Ouvindo:
Beatles - Something

Vivendo e aprendendo

Eu gosto quando as pessoas me corrigem, gosto até quando me criticam (com fundamento, é claro). Não é demagogia, é porque eu acredito que outras pessoas podem realmente acrescentar algo me apresentando seu ponto de vista. Às vezes é complicado (chato) ouvir o que não se quer, às vezes é como levar um tapa, às vezes é como levar uma surra completa. Mas mesmo assim, pra mim são apenas degraus.
Minha vida é baseada na teoria do degraus. Degraus foram feitos para que a gente suba, para nos elevar. Algumas vezes tropeçamos num degrau, isso pode ser dolorido, pode até ser traumatizante, mas a gente vai para um nível mais alto (mesmo que na hora não percebamos). É assim que vejo, as adversidades nos fazem crescer. Por isso adapto aquele ditado que diz "se a vida me der um limão, faço uma limonada". Se a vida me der um limão, peço logo uma dúzia, para brindar meu crescimento com muita caipirinha!
Meto a cara sem medo de levar um tapa. Erro, como todo mortal, quebro a cara, mas aprendo. Estou aberta à criticas, sugestões e correções sempre. Nem sempre vou aceitar facilmente as criticas, sugestões e correções que recebo porque sou muito teimosa. Mas, por favor, só me corrija quando eu estiver realmente errada. Isso pode ter soado arrogante, mas não foi a intenção.


Estava pensando... se Tristão e Isolda realmente fosse uma história de amor exemplar, seria Felizão e Isolda.

Ps.: Eu não consegui pensar num título para esse post...

Ouvindo:
Roberta Sá - Belo estranho dia de amanhã

Deus lhe pague!

O Kid Abelha tem uma música chamada Deus (apareça na televisão). Numa das minhas madrugadas insones, passei por alguns canais religiosos. Todos pediam doações em algum momento.
Um deles pedia para que os fiéis-telespectadores-sócios-da-obra enviassem seu ouro (sem conotação, estavam falando de ouro mesmo), usando argumentação barata para tentar convencer os, às vezes ingênuos, telespectadores a doar jóias de família. Um outro oferecia tantas formas de pagamento doação que mais parecia uma intimação: depósito bancário, boleto, débito automático, cartão de crédito, cartão de débito e acréscimo na conta de luz ou telefone (o cara escolhe uma determinada quantia, esse valor vem acrescido na conta e a companhia repassa o valor para o banco a igreja.
Foi aí que o refrão da música do Kid Abelha passou a ter outro significado pra mim: deus, por favor, apareça na televisão (porque os que dizem falar em seu nome, vão acabar queimando o teu filme).



Ouvindo:
Lulu Santos - Melô do amor
Cássia Eller e Hebert Viana - Mr. Scarecrow
Marisa Monte - O bonde do Dom

Não me mande flores

Isso provavelmente vai soar muito anti-romântico. Não gosto de receber flores. Apesar de ter colocado no título do post o nome de uma música do De Falla (Não me mande flores), concordo mais com a dos Titãs, "as flores de plástico, não morrem". Porque, de certa forma, é assim que vejo essa história de receber flores: como algo que está morto (porque se a coitadada da flor foi cortada da planta, ela está morta) e vai murchar pode ser símbolo de romantismo? A analogia não me agrada muito. Por mais belas que sejam as naturais, ainda prefiro aquelas flores de chocolate (até porque dá pra fazer uma analogia mais interessante).
Mas se for para receber flores, também não gosto de rosas vermelhas. Pra falar a verdade, não gosto da cor vermelha de modo geral. Então tenho uma preferência pelas rosas amarelas, acho mais bonitas e tem também o fator todo-mundo-recebe-as-vermelhas-eu-não-quero-ser-igual-qualquer-uma. Mas hoje o blog Curiosidades do Planeta jogou água no meu chopp. Lá na barra lateral dele (do blog) tinha o significado das flores e eis que descubro que a bendita rosa amarela representa infidelidade. Tasqueoparíu! Logo ela? Porque não a camélia ou a ipoméia ou, ainda, um copo-de-leite?! A rosa amarela é tão bonitinha, tão doce, tão delicada... tem flores mais safadas por aí!
É... é melhor eu continuar preferindo as flores de chocolate. Aí pode ser rosa, orquídea, cravo (cravo tem mais pétalas, conseqüentemente mais chocolate) ou qualquer outra. Chocolate sim deveria ser símbolo de romantismo! Chocolate é energético, alguns tem propriedades antioxidantes, tem vitaminas, combate o mau colesterol e libera endorfina (substância responsável pela sensação de felicidade e prazer), só me remete à coisas boas. Como tudo na vida, o chocolate em excesso traz lá seus malefícios... Vocês devem ter entendido a metáfora. Realmente acho que o chocolate tem muito mais a ver com o amor que as flores. Flores são mais bonitas enquanto fazem parte da planta.

Ouvindo:
The Last Shadow Puppets - Stand next to me
Pearl Jam - Crazy Mary


Propagandinhas

No ano passado a hollywoodiana Charlize Theron (atriz que fez O advogado do Diabo, Monster, The Wonders, Homens de honra, entre outros) afirmou que chega a ficar mais de uma semana sem tomar banho. Segundo ela, a desculpa para tal porcaria descuido com a higiene é a falta de tempo para se enxaguar. Aí, eu estava assistindo tv e passou o comercial de um desodorante que promete 48 horas de proteção contra a transpiração. Sim, o grande destaque são as tais 48 horas de "proteção". Putz, 48 horas são dois dias completos!
Eu fiquei pensando no que o cara que fez o comercial queria passar enfatizando que quem usa tal produto pode ficar tranqüilo quanto aos odores da transpiração por dois dias. Veja bem, em pleno verão brasileiro quem é que fica dois dias sem tomar banho? Senhores publicitários, favor adequar as propagandas de produtos originalmente lançados lá fora, ao público brasileiro. Ou será que o público alvo são os mais porquinhos? Não resisti, tive que associar Charlize ao desodorante (momento "Eu sou fã do Desenblogue"):
Quando ela vier ao Brasil, alguém poderia colocá-la pra assistir Castelo Rá-tim-bum (será que ainda passa?), talvez ela aprendesse algo com esse cara:



As minhas últimas postagens estão realmente fazendo jus ao nome do blog, minha mente está improdutivíssima.

Ouvindo:
Cat Power - Her war
Nina Becker - Distância