Devaneios confusos sobre respeito
Todo mundo que curte um debate ou uma boa conversa deveria levar em consideração a máxima voltairística: posso não concordar com o que dizes, mas defenderei o seu direito de dize-lo
Eu sou do tipo de gente que acha que existem pessoas (?) que não merecem nenhum tipo de respeito e com o passar dos anos, cheguei à conclusão de que estas não merecem que eu perca meu tempo as respondendo. A partir de um determinado momento desses meus 26 anos, decidi que quando me deparo com um desses seres sem naipe falando mierda, o melhor é me calar, essa gente não merece nem minha voz enjoada (quando ao vivo e em cores) nem meus erros de português e abreviações desnecessárias (quando nessa tal de Internet). Passei a deixar os completos idiotas para os mais pacientes e para os meio idiotas e talvez por isso muitos me cosiderem uma idiota também. Mas é preciso saber separar as coisas. Agredir ou diminuir os outros na tentativa desesperada de descredibilizar o os argumentoas alheios (invés de buscar confiabilidade para a sua argumentação) é medíocre, mesquinho e limitado e não contribui com nada além do inchaço do seu próprio ego. Me aborreço quando vejo alguém fazer isso com os outros, mas não defendo mais quem se presta ao mesmo papel, respondendo esse tipo de atitude (sei que é difícil engolir certas coisas).
Acredito que respeito é algo meritório, ninguém é merecedor do meu respeito simplesmente por estar numa determinada posição hierárquico-sócio-cultural. Respeito se conquita através das atitudes, das opiniões ou de um jeithénho siniiixtro praticamente intraduzível. Algum rapper canta que "respeito é pra quem tem", pra quem tem respeito e não pra qualquer um.
E já que falei em rap (mudando de assunto e continuando no mesmo), ele, por exemplo, está longe de ser um dos gêneros musicais que escuto com frequência, mas não é por isso que sairei por aí agredindo quem escuta tentando desmerecer o ritmo, como alguns fazem com o funk pelas bandas da cá. Sou a favor da opção, acho que tem espaço pra todo mundo e quem gosta de determinada coisa deve ter a opção de poder curtir em paz. Não me vejo no direito de tentar diminuir o valor de algo que outras pessoas gostam/praticam só porque eu não gosto daquilo.
Ultimamente não tenho mais conseguido me expressar com clareza (talvez seja o reflexo de que muitas coisas estão confusas) e não sei se vou conseguir fazê-lo agora, mas acredito que o fato de ser onívora não me dá o direito de tentar fazer um vegetariano comer carne, que eu não ter uma religião não significa querer o fim das religiões ou que tentarei "desconverter" as pessoas religiosas (até porque detesto quando o contrário acontece em ambos os casos), que ser hétero não me permite pejorativisar quem sente atração por pessoas do mesmo sexo, etc. Acho que as minhas decisões são minhas, eu as tomo
Além do papo com desconhecidos (tipo se mostrar favorável à legalização do aborto numa conversa de fila de banco com alguém com um terço-chaveiro no zíper da bolsa) e com pessoas que só encontro eventualmente, certos lances da vida me colocaram na desconfortável posição de ter que conviver com algumas pessoas que reúnem mais de uma das características que eu desprezo no ser humano. E eu tenho que aprender a conviver com isso. Tento não puxar assunto, responder monossilabicamente, falar ao motorista somente o necessário, mas como uma das coisas que me incomodam é a falta de Simancol... tá difícil!
Se você é uma dessas pessoas que tentou "conversar" comigo e de repente se viu falando com as paredes, foi pra não baixar o nível, evitar que a coisa chegue ao ponto das ofensas mútuas, uma questão de respeito. Não necessariamente respeito por você, mas respeito pelas outras pessoas (que não merecem presenciar certos "diálogos") e por mim. Tô tentando ser uma pessoa melhor, você poderia fazer o mesmo.
Não deixe que esse tipo de comentário, mesquinho e destrutivo, bloqueie a sua criatividade. Está tudo muito ruim, e nós precisamos mais do que nunca ser solidários uns com os outros. Trocar estímulos. Assim: olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar de remar também. Tá me entendendo? Eu sei que sim.
Caio Fernando Abreu em carta a Bruna Lombardi.
Ouvido: Alice in Chains - Over Now
(Música que dá vontade de fazer um strip. Mentira. Verdade.)
(Música que dá vontade de fazer um strip. Mentira. Verdade.)
Diante da mediocridade de tanta gente, fica difícil respeitar as opiniões alheias. Eu mesmo tenho uma dificuldade imensa com isso. Não confio no senso popular e execro quem o faz. Fazer o quê, né?
ResponderExcluirP.S: Cadê o strip?
uhauhahua... típico texto TPM. Entendo perfeitamente. Também fico beeem monossilábica com algumas pessoas. Faz bem poupar a voz pra contar piadas pra pessoas que você sabe que vai entender e rir no final.
ResponderExcluirBjs!
Eu tinha - ou tenho, sei lá - um defeito terrível que era ironizar certas opiniões e preferências, geralmente quando aquelas não se enquadravam naquilo que eu achava que era "bom". Mas isso faz algum tempo, passar dos 30 (aff!) traz algumas vantagens, como certa maturidade - nem tanta assim, mas melhor do que aos 18, 20 anos.
ResponderExcluirExpressar o ponto de vista, uma crítica é válido e o faço constantemente, mas com aquele "jeitinho" que não demonstre egoísmo ou passe a ideia de "dono da verdade", até porque quem quer ser o dono disso aí? Ah, claro, conheço muita gente, mas vivem em uma esfera de mentiras e lorotas que são dignos de pena: antes, me enervavam; hoje, me divirto com esses tipos, porque sempre se entregam em algum momento!
E sem falar nos fanáticos...esses aí não respeitam e infelizmente não se dão ao respeito. Em relação a estes, eu passo, apesar da coceira de demolir algumas teses malucas chegar na ponta da língua, mas o que eles querem é isso...e depois descolar um processo por "discriminação...porque não respeitou minha fé/opçãp/ideologia" etc.
Bjks!