Pequenas palavras ao léu

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Alguns anos atrás, um moço me dizia que se a gente mostrasse uma semente para alguém que não entendesse a origem das plantas, esse alguém jamais acreditaria que aquele grão tão pequeno poderia se tornar uma árvore grandiosa. A pessoa apontaria para uma amendoeira, por exemplo, e indagaria sobre como seria possível algo tão grande caber dentro de uma sementinha, provavelmente achando irracional. O rapaz em questão tentava explicar algum dogma religioso, que não me recordo devido a relevância que dou ao assunto. Porém me lembro do cara e da metáfora porque enxergo alguma nuance poética nisso tudo.
Eu não sei das coisas, aliás eu não sei de nada, mas devaneio (muito) que sejamos como as sementes nas fases da nossa vida. E passamos por todo o processo de desenvolvimento e crescimento até que produzimos nossas flores e/ou frutos, daí iniciamos o momento em que nossas folhas caem e servem de alimento para o solo de outras sementes.
A vida deve ser isso (acho), vários ciclos contínuos de geração, nascimento, produção e morte dentro de um só. E passamos várias vezes pelas mesmas etapas, somos podados inúmeras vezes, recebemos tanto cuidados como xixi de cachorro (já que não temos controle de tudo).


Silvana Persan

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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