Dizem que ela existe pra ajudar (Parte 1)
Na semana passada o noticiário policial foi o assunto prediminante nesse meu cantinho pitorescamente provinciano de Brasil. Em mais uma ação desastrosa da PM, dois policiais atiraram na cabeça e no peito de um um suspeito. A questão seria que o tal suspeito, aparentemente, só foi colocado no papel de suspeito por ser negro. Recontando: ao ver um um rapaz, negro, vinte e poucos anos, algemando mulher branca, loira, trinta e poucos anos, dois policiais não tiveram dúvidas de quem era o bandido na cena e bang! O rapaz era um policial com pouco tempo de corporação e a mulher uma assaltante. Não dá para ter certeza sobre tudo o que aconteceu ali, há muita coisa mal contada mas outras ficam latentes. O jeito meio Sivuca de ser não permite que os policiais atirem na perna, no braço ou em alguma outra parte onde a morte imediata do indivíduo não seja a única alternativa.
O indiscutível é que a polícia consegue perder até a credibilidade que já não tem mais. Mas, creio eu, corrupção e despreparo não brotam da farda, embora pareçam estar tão intríssicamente ligados. Os policiais são apenas a ponta do iceberg nisso tudo. Nas páginas da Rolling Stone desse mês, encontrei um pensamento em alguns pontos parecido com o meu, o cineasta José Padilha defendeu que o problema maior está na comando e não nos PMs nas ruas. Daí, a culpa é nossa. Nós elegemos quem escolhe o comando da polícia, nós não cobramos mudanças de conduta, nós toleramos exageros e corrupção... No fundo, acho que preferimos que seja assim, se a polícia se tornar honesta, como passaremos pelas blitzes (blitz tem plural?) com documentação irregular ou com algum problema no carro?
Tava ouvindo a música do Paralamas, "vamos consertar o mundo, vamos começar lavando os pratos".
É, lá vai a classe média, fleumática, numa manifestação pela paz.
Ouvindo: B.R.M.C. - Suddenly
Eu não lembro do nome do filme, sei que era um bang-bang (adoro esse termo, tão bom quanto "faroeste") e nele um justiceiro/mocinho com cara de mau dizia: "Atiro primeiro, pergunto depois".
ResponderExcluirParece que a PM utiliza esse lema em diversas ações, não só aí no Rio, na paradisíaca Cabo Frio, mas no Brasil todo. E é no Brasil todo que lemos relatos de despreparo da PM - desde os policiais que vão para as ruas quanto do comando. A tática do "bandido bom é bandido morto" é apoiada por muita gente, mas e quando a PM atinge um sujeito de bem ou um próprio colega de farda?
Como é mesmo o nome daquela ONG? Acho que "Viva Rio". Será que vao promover uma passeata com aquela classe média vestida de camisetinha branca desfilando no Leblon, Copacabana e aqueles pontos bacanas do Rio?
Será que o grande filósofo Tiririca errou? Pior do que tá, fica?
Bjks!
PS: Perguntei pro seu Aurélio ( o porteiro aqui do prédio, gente finíssima) o plural de blitz. Ele me contou que o plural é blitze. Mas o véio Houa ( o zelador do prédio) disse que o certo é blitzen, porque blitz é uma palavra de origem alemã e blá-blá-blá... quer saber? Tanto faz, todo mundo já entendeu que se trata de várias blitzes!
pqp! isso realmente foi foda.. ter atirado no cara sem questionar quem era realmente o criminoso..
ResponderExcluirmas durante uma troca de tiros em favela, por exemplo, eu até apoio os policiais atirado em um lugar que mate imediatamente... imagine vc no lugar de um policial tendo a certeza de que o cara na sua frente é um ganso!? eu não pensaria duas vezes em optar primeiro pela minha vida...